Lugar seguro
A sala não é muito grande. Duas das quatro pardes têm umas estantes de quatro andares, cheias de livros. Nota-se que os livros foram usados, e que não estão ali só para enfeitar.
O outro lado da sala é ocupado por uma secretária antiga. É uma hernaça do avô de Cê. Está cheia de papéis. São artigos de jornais recortados, textos, e exames por corrigir.
Baixinho ouve-se música clássica. La Poleine Héroique é a preferida de Pê. É sempre o que ouve quando tem de trabalhar.
Cê. entrou devagar, e sem fazer barulho. No meio dos livros e da confusão, lá estava Pê. Embrulhado no meio dos papéis como é costume.
Ficou assim, por uns minutos, a olhá-lo. A pensar como queria guardar aquele momento num quadro. Para o pendurar para sempre na parede da memória.
Aquele era o refúgio. O lugar seguro, para onde tinha vontade de fugir, sempre que o mundo ameaçava ruir.
Ali tudo era mais seguro. Melhor.
Sempre composto por dois: Cê e Pê. Ou, Pê e Cê.
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