Estado de Espírito XXV
posted by carolina
De manhã, que medo que me achasses feia,
acordei tremendo deitada na areia.
Mas logo os teus olhos disseram que não!
E o sol penetrou no meu coração.
Vi depois numa rocha uma cruz
e o teu barco negro dançava na luz...
Vi teu braço acenando entre as velas já soltas...
Dizem as velhas da praia que não voltas.
São loucas... são loucas!
Eu sei, meu amor, que nem chegaste a partir,
pois tudo em meu redor me diz que estás sempre comigo.
No vento que lança areia nos vidros,
na água que canta no fogo mortiço,
no calor do leito dos bancos vazios,
dentro do meu peito estás sempre comigo.
Eu sei, meu amor, que nem chegaste a partir,
pois tudo em meu redor me diz que estás sempre comigo.
David Mourão Ferreira
1 Comments:
Poema cantado pela nossa (pelo menos minha...) saudosa Grande Dona Amália e também pela, não tão grande, (perdoem-me a sinceridade...) Lara Lee.
Que é feito delas ???
- Uma está, provàvelmente, a cantar só para os Deuses;
- A outra estará, muito provàvelmente, a cantar só para as Deusas.
...........
Um abraxe do Paralaxe
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