À Janela das Ondas sem Regresso
À janelas das ondas sem regresso
haverá um périplo para os amantes,
uma escala em estrelas antigas?
pergunto e penso em viagens pelas mãos
(nocturnas mãos, insones mãos),
que ancoraram os teus pulsos à memória.
quantas mulheres foram, neste leito,
transatlânticos de prata,
longe, mais longe,
no éter das cidades anoitecidas?
e quantas mais teriam voltado
à grávida respiração dos oceanos
(os fluxos e refluxos do teu peito)?
pergunto e medito e naufrago,
ulisses de ítaca magoado
à janela das ondas sem regresso.
João de Mancelos
PS: Este blog orgulha-se de citar poesia com a prévia autorização do autor.
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