As preocupações socias de Reagan
Já aqui tinha falado sobre a administração Reagan. Não posso, por isso, deixar de destacar este texto do Público de segunda-feira, assinado por António Vilarigues.
Afinal quais foram as "grandes preocupações sociais" de Ronald Reagan, o presidente eleito por apenas 25% do eleitorado americano?
Antes de mais, o anti-comunismo militante. Que se traduziu, nos anos cinquenta, na denúncia de colegas e amigos da indústria cinematográfica perante a tristemente célebre "comissão de actividades anti americanas". Recorde-se que o PC dos EUA, até ao fim da guerra-fria, era proibido em 26 dos 50 estados da União e em doze havia pena de morte para quem dele fosse militante. Eles viram as suas vidas arruinadas. Reagan, um actor medíocre de filmes da chamada série B, viu-se guindado à ribalta. Nos anos 60 vamos encontrá-lo a apoiar a candidatura de extrema-direita à Casa Branca, personificada no senador racista Barry Golwater. Nos anos 70, já como governador do estado da Califórnia, empenha-se pessoalmente na tentativa de condenação à morte da militante negra e comunista Angela Davis. Será derrotado por um poderosíssimo movimento nacional e mundial em defesa da vida desta jovem. Mas não desistirá. Já como Presidente tentará, felizmente sem êxito, impedi-la de exercer a sua actividade de professora nas Universidades californianas. Nos anos 80, tripudiará sobre as leis que jurou respeitar e mandará às urtigas resoluções do Senado tudo para poder apoiar em armas e dinheiro os movimentos anticomunistas da América Latina. Foi o célebre escândalo Irão-Contras. Comprava armas às escondidas a um dos seus inimigos de eleição, o Irão. Para isso utilizou dinheiro proveniente de tráfico de droga, levado a cabo pela CIA entre outras, e de outras origens ainda mais escuras. Mas Ronald Reagan não sabia de nada, ou quase nada! E o seu conselheiro Oliver North, foi, como diz Chico Buarque na sua Ópera do Malandro, "preso e julgado culpado pela situação".
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