Natal ao sol
Caminho com um sorriso no rosto e bem disposta, apesar do frio, nas ruas lisboetas. Ansisosa pelo anoitecer para poder ver a cidade iluminada.
Sinto o cheiro das castanhas a bater-me no rosto.
Vejo as montras das lojas, e penso na conta bancária que gostava de ter para dar prendas a toda a gente.
Embalada pelo espírito consumista faço compras.
Este ano os sorrisos alegres que costumam habitar as ruas não estão lá. Ou melhor, até estão, mas transformaram-se em caras tristes. Caras preocupadas, com o dinheiro, com a prestação da casa, com a falta de prespectivas de futuro, com o desemprego...
No meio da minha ingénua felicidade natalícia, recordo imagens menos felizes de gente triste. Maltratada pela vida.
Essas imagens são a preto e branco, como as imagens do filme Diários de Che Guevara. Não há nada melhor do que outras imagens, para ilustrar essas mesmas imagens.
Lunes al sol é o melhor filme que retrata a vida de grande parte dos portugueses neste momento.
Porque o Natal não devia ser só em Dezembro. E porque a vida devia ser sempre ao sol.
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