Ontem, hoje e sempre

Naquela madrugada a minha existência não era sequer sonhada. Não ouvi o Maia no Carmo, não gritei liberdade nem respirei de alívio à medida que os presos políticos iam sendo libertados. Não me emocionei com as primeiras cantigas do Zeca em Liberdade.
As minhas memórias de Abril chegaram mais tarde. Quando descia a avenida da Liberdade ao colo dos meus pais. Para mim era um dia giro: gritávamos todos e no fim eu comia um gelado. Sabia que era o dia da Liberdade, o que na minha cabeça de criança significava que todos os outros não o eram.

O 25 de Abril não acabou no dia 26. Em casa prepetuamos as memórias dele todos os dias: na justiça social, na igualdade de sexos e raças, na discussão política livre. Mesmo assim, continuo a sair à rua nesse dia. E no meio da avenida quando olho para trás revejo os meus momentos de miúda...

MATCHPOINT

E não é que aconteceu comigo! :):):)

O Estado sou eu chega hoje ao fim

Afinal o poder ainda está na rua

O presidente francês Jacques Chirac pôs ontem fim ao contrato de primeiro emprego. Quando a geração dos filhos do Maio 68 ergeu os punhos na rua foi dada como derrotada no braço de ferro entre a nova economia e os valores conquistados pela geração anterior. Mas isso é não ter noção do poder dos franceses na rua...

"Guerra"

Quando a guerra acabar baixo as armas. Agora não.
CFR