Coisas de miúda

"E pra começar eu só vou gostar De quem gosta de mim" Caetano Veloso

segunda-feira, outubro 31, 2005

Para desanuviar o ambiente

ELE: Viva. Não nos encontrámos já uma ou duas vezes?
ELA: Só pode ter sido uma. Eu nunca cometo o mesmo erro duas vezes.
ELE: Onde é que foi buscar tanta beleza?
ELA: Devem-me ter dado a sua parte.
ELE: Quer sair comigo no próximo sábado?
ELA: Lamento. Vou estar com dores de cabeça.
ELE: Essa carinha deve dar a volta a muitas cabeças.
ELA: E essa deve dar a volta a muitos estômagos.
ELE: Vá, não seja tímida. Peça-me para dar uma volta.
ELA: Está bem: vá dar uma volta.
ELE: Acho que eu a podia fazer muito feliz.
ELA: Como? Vai-se embora?
ELE: Que me diria se eu lhe pedisse para casar comigo?
ELA: Nada. Não consigo falar e rir ao mesmo tempo.
ELE: Pode dar-me o seu nome?
ELA: Porquê? Não lhe deram já um?
ELE: Por onde tem andado, que só agora a conheci?
ELA: A esconder-me de si.
ELE: Não nos encontrámos já num lugar qualquer?
ELA: Já. É por isso que nunca mais lá fui.
ELE: Esse lugar está vago?
ELA: Está. E se você se sentar, este também.
ELE: O seu corpo é como um templo.
ELA: Lamento, hoje não há missa.
ELE: Se eu pudesse vê-la nua, morria de felicidade.
ELA: Se eu o visse nu, morria de riso.

Arrumar a mesa

Não gosto de olhar para o meu lado esquerdo e saber que dentro de poucas horas o lugar ficará vazio.
Não me apetece escrever. Afinal daqui a pouco também eu vou arrumar a minha.

Encontramo-nos por aqui. Ou por aí. Sempre...

quinta-feira, outubro 27, 2005

O meu candidato

Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não.

E aspiro assim...à...


"Há homens que lutam um dia e são bons; Há outros que lutam um ano e são melhores. Há os que lutam muitos anos e são muito bons. Mas há os que lutam toda a vida, e estes são imprescindíveis."

Bertold Brecht

Deep South


"Whatever my individual desires were to be free, I was not alone. There were many others who felt the same way."

Rosa Parks

sexta-feira, outubro 21, 2005

Tenho saudades...


Praga
Lembro-me da minha felicidade ao sentir a neve cair, levemente, em mim. Se fechar os olhos ainda sinto o cheiro a comida que habita a rua principal. Gostei dos sons de exclamação de turistas maravilhados.












Havana
Lembro-me do calor. Do cheiro a terra quente. Do caminhar, sereno, tão típico dos latinos. Dos risos altos dados ao som de abraços. Da música... sempre como pano de fundo....

quarta-feira, outubro 19, 2005

Os meus vícios

01 - Mastigar, compulsivamente, pastilha elástica.

02 - Tirar os rótulos de papel das garrafas.

03 - Beber café.

04 - Passar demasiado tempo no msn.

05 - Viajar. (Ganhar países)

06 - Rever, vezes sem conta, as cenas preferidas dos filmes.

07 - Comer (é talvez o maior!!!!)

08 - Não conseguir ficar calada (mesmo quando devia)

09 - Compras (este tem de ser reduzido!!!!)

10 - Trabalho (começa cada vez mais a ser um vício e não uma procupação)

terça-feira, outubro 18, 2005

Um dia negro para os BENFIQUISTAS


Vai deixar tantas saudades...

O olhar da ternura

Gosto da ternura. Da ingenuidade. Da capacidade de ter sonhos e continuar a lutar por eles.
Admiro as ideias e o idealismo. As convicções, mesmo depois de tudo...
Sinto-me embevecida pelo olhar e voz contempladores.

Sabe professor: tmabém tenho nuito (mas mesmo muito) medo de ter medo.

Acho piada a estas coisas

LFV: Zé? Fala Luís Filipe, uhn. Como é que isso vai, uhn?
JP: Por aqui tudo às mil maravilhas. O que é que manda, meu presidente?
LFV: Queria-te pedir para teres mais calma, uhn. Estás a dar muito nas vistas.
JP: Mas, Presidente... Só estou a fazer o que me mandou.
LFV: Eu sei, uhn, e agradeço-te por isso mas, repara. Estiveste brilhante na 5ª feira, uhn. No fim de semana passado também, com aquela vitória suada contra o Setúbal, uhn ... mas perder todos os jogos que fazes fora começa a gerar desconfiança e ainda te metem na rua, uhn ...
JP: Tem toda a razão meu presidente, não voltará a acontecer.
LFV: E mais uma coisa, uhn ... o Polga a defesa esquerdo??? Tirares o Beto ao intervalo e deixares lá o Tonel??? Obrigares os gajos a comprar o Wender??? Isso é esticar a corda, Zé. Mas olha, uhn ... agora que o Nelson se lesionou, aproveita para meter o outro agente infiltrado, porque a mensalidade que nós pagamos não é só para os teus serviços, é para os dele também, uhn.
JP: Esteja descansado, meu presidente. O Nelson nem sequer se lesionou, mas é que se eu não tivesse metido o Ricardo , ficava ainda com uma substituição e depois tinha de meter o Pinilla e o gajo ainda marcava algum golo e lixava-me o esquema. De qualquer forma, a partir de hoje, vai voltar a jogar o Ricardo.
LFV: OK, Zé. Continuação de um bom trabalho, uhn.
JP: Saudações Benfiquistas, meu presidente.

quinta-feira, outubro 13, 2005

Hoje o dia não amanheceu

Hoje as minhas horas começaram sem vontade. Um esforço de mudar o pensamento foi ajudando o relógio a chegar até à hora de almoço.
Depois houve uma quebra. No tempo. Nas horas. E um acordar repentino para a realidade que respira à minha volta.

À medida que faço este caminho, ele vai-se tornando mais apertado. Cada vez mais estreito. Sem hipóteses de retorno. Talvez a solução seja dar volta e começar de novo. Agora já sei como fazer, sem erros.

Pode ser que um dia o caminho se expanda. E, talvez, aí a vitória seja dos justos!

quarta-feira, outubro 12, 2005

Missanguinha na TV

Lembram-se da menina mais fofa do mundo? Pois é, alguém do SIC10 Horas viu o artigo que eu fiz sobre ela e convidou para ir ao programa.
Amanhã espero vê-la com um sorriso enorme nos lábios:)

terça-feira, outubro 11, 2005

Ando a trabalhar ao som de Maria Rita

Mi canto no és más que un mal intento
De alejarte un instante de mi pensamiento
Pasan los meses
Como passa el rumor de un rio
Cambian la estaciones
Y no se me pasa el frio
Sigo esperando
Encontrar una manera
De acostrumbrarme a esta casa
En la que nadie me espera
Si desejaras encontrar un rayo de luz
Y sintieras tán solo una vez
Lo que yo siento
Sabrias que

Mi canto no és más que un mal intento
De alejarte un instante de mi pensamiento
Y fuimos por unos meses
Dos ingredientes de una receta
Fuimos dos flores distintas en una misma maceta
Y todo tiene su tiempo
Tanto lo dulce como lo amargo
No hay pena ni gloria
Que un dia no pase de largo
Si dejaras entrar un rayo de luz
Y sintieras tan solo una vez
Lo que yo siento
Sabrias que

Mi canto no és más que un mal intento
De alejarte un instante de mi pensamiento

Jorge Dexler

O melhor da vida!

Perder faz parte da vida. E ultimamente não me tem custado tanto quanto eu estava à espera. Sinto-me estranha. Os osbtáculos não me dão a miníma vontade de cruzar os braços. Não sei porquê. Talvez por ter percebido que há vários caminhos e não um. Absoluto e eterno.

É agora que me vou dando conta do melhor da vida:)

quarta-feira, outubro 05, 2005

Mudança


Das coisas mais importantes que aprendi, neste meu recente processo de crescimento, é que tudo muda. Por mais banal que a frase pareça, é a mais pura das contestações que faço diariamente.
Não importam as oportunidades que se perdem, ou as "pernas" que nos passam. As voltas da vida acabam por nos guiar mais cedo ou mais tarde ao caminho da delicadeza. Ou pelo menos, ao que a delicadeza significa para mim.
Acredito nisso. (No meio da ingenuidade e inexperiência dos 22 anos.)

Continuo a pensar o mesmo

Texto publicado há um ano.

O meu trisavô

O meu trisavô, Matias pai da minha bisavó Inocência, mãe do meu avô Carlos, pai da minha mãe.O meu avô morreu ainda a minha mãe era uma criança de colo. A minha bisavó morreu um ano depois de eu nascer. E, apesar de não os ter conhecido (não me lembro da minha bisavó porque era bébé), a minha mãe sempre fez questão de me contar como eram. Por isso, são moradores constantes da minha memória, e falo deles como se as nossas vidas se tivessem cruzado.De todas as histórias, as minhas preferidas são as do meu trisavô. O trisavô era um acérrimo defensor da República, do Estado Laico e Igualitário. Membro da Maçonaria (naquela altura verdadeiramente secreta), participou em inúmeras conspirações e costumava, orgulhosamente, dar vivas à República em pleno Terreiro do Paço, ainda durante a monarquia. Dos 8 filhos que teve, o último chamava-se Afonso em homenagem ao amigo Afonso Costa.No prédio onde a família morava em Lisboa, vivia também o médico da corte, Mello Breyner, e o meu tio-bisavô mais novo aprendeu a dizer-lhe que se chamava Afonso Costa, ao que o monárquico tolerante, respondia: não Afonso és tu, Costa é o teu pai.A minha bisavó contava que era muito pequena quando viu pela primeira vez a bandeira republicana, mostrada pelo pai aos filhos.A influência republicana na minha família foi há muito implantada. É onde está a génese dos valores que sempre nos guiaram.Quando penso no meu trisavô vêm-me à memória duas imagens: uma é a primeira foto dele que eu vi, a outra é a Implantação da República.Hoje, 94 anos depois, tem a trineta a escrever sobre um dia muito desejado para ele, e orgulhosa por há quase um século ele ter estado do lado certo.

Continuo do mesmo lado. Os últimos acontecimentos na minha vida têm me feito reforçar isso.

Nos últimos dias tive esta vista

O melhor de Turim


Gostei da cidade. Dos monumentos, dos museus, em especial do do cinema. Das lojas. Das ruas. Dos cafés.
O melhor de tudo foi mesmo termos feito tudo isto juntas.!

Coisas do regresso

(escrito no regresso num lenço de papel)
Em casa
Gosto sempre do cheiro da minha casa quando regresso duma viagem. Nos outros dias nunca lhe associo nenhum odor. Mas, no regresso, basta-me passar o portão principal para começar a senti-lo.
Faço sempre as mesmas coisas. Abro a porta à pressa, cheia de sacos com presentes que deixo logo na entrada. Atiro o casaco e a mala de mão para o chão e deito-me no sofá. Como se me apetecesse lá dormir. Leio os jornais e as revistas para ver o que mudou neste nosso pequenino mundo. Mato saudades dos longos noticiários portugueses, e da televisão falada na minha língua.

Na rua
Os primeiros dias são sempre estranhos. Já não estou habituada a que toda a gente me compreenda na rua. Às vezes vou para pedir o café e não o faço em português.

Mas, gosto de ritual. Partir e depois regressar. Com uma visão do mundo muito mais alargada, e sem medos das portas que entretanto se vão fechando.