Coisas de miúda

"E pra começar eu só vou gostar De quem gosta de mim" Caetano Veloso

quarta-feira, março 22, 2006

Dia Mundial da Poesia

(Eu sei que foi ontem mas não podia deixar de marcar este dia)

Este céu passará e então
teu riso descerá dos montes pelos rios
até desaguar no nosso coração
Ruy Belo

É assim que te quero, amor,
assim, amor, é que eu gosto de ti,
tal como te vestes
e como arranjas
os cabelos e como
a tua boca sorri,
ágil como a águada fonte sobre as pedras puras,
é assim que te quero, amada,
Ao pão não peço que me ensine,
mas antes que não me falte
em cada dia que passa.
Da luz nada sei, nem donde
vem nem para onde vai,
apenas quero que a luz alumie,
e também não peço à noite explicações,
espero-a e envolve-me,
e assim tu pão e luz
e sombra és.
Chegastes à minha vida
com o que trazias,
feita
de luz e pão e sombra, eu te esperava,
e é assim que preciso de ti,
assim que te amo,
e os que amanhã quiserem ouvir
o que não lhes direi, que o leiam aqui
e retrocedam hoje porque é cedo
para tais argumentos.
Amanhã dar-lhes-emos apenas
uma folha da árvore do nosso amor, uma folha
que há-de cair sobre a terra
como se a tivessem produzido os nosso lábios,
como um beijo caído
das nossas alturas invencíveis
para mostrar o fogo e a ternura
de um amor verdadeiro.
Pablo Neruda

Nunca são as coisas mais simples que aparecem
quando as esperamos. O que é mais simples,
como o amor, ou o mais evidente dos sorrisos, não se
encontra no curso previsível da vida. Porém, se
nos distraímos do calendário, ou se o acaso dos passos
nos empurrou para fora do caminho habitual,
então as coisas são outras. Nada do que se espera
transforma o que somos se não for isso:
um desvio no olhar; ou a mão que se demora
no teu ombro, forçando uma aproximação dos lábios.
Nuno Júdice

terça-feira, março 14, 2006

Your Life is Like
Grosse Pointe Blank
What John Cusack movie are you?

segunda-feira, março 13, 2006

Estado de Espírito (já perdi a conta)

La donna é mobile
Qual piuma al vento,
Muto d’accento - e di pensiero.
Sempre un'amabile
Leggiadro viso,
In pianto o in riso - e menzogner.

Esempre misero
Chi a lei s’affida,
Chi le confida - mal cauto il cor!
Pur mai non sentesi
Felice appieno
Chi su quel seno - Non liba amor

Rigoletto

Balanço I - Pode-se trocar a ideologia pelo amor?

A estabilidade que só a maturidade permite obriga sempre a um balanço de vida. Através do balanço vem a análise e depois a interrrogação. Terão os caminhos trilhados sido os mais correctos? Terão as acções sido justas? Terão as escolhas sido honestas?
A angústia da incerteza leva à vontade do apaziguamento. E isso obriga uma busca incessante pela resposta.
(O que leva uma e outra vez à análise. Minuciosa. Dos dias. Dos tempos. Da altura em que o futuro era algo que se construía todos os dias em cima de nada.)

Será que a dúvida é a consequência da saudade de construcção do futuro em cima do nada? Não sei... talvez...

Mas era este -o momento da reflexão- o momento presente. Ponderar se tinha sido a melhor opção trocar o amor pela ideologia. (Naquele caso os dois nunca tinham sido compatíveis.)

sexta-feira, março 10, 2006

Nunca como agora....

(Eu sei que já aqui publiquei esta música, mas nunca como agora voltou a fazer tanto sentido)

Al otro lado del río
Clavo mi remo en el agua
Llevo tu remo en el mío
Creo que he visto una luz al otro lado del río
El día le irá pudiendo poco a poco al frío
Creo que he visto una luz al otro lado del río

Sobre todo creo que no todo está perdido
Tanta lágrima, tanta lágrima y yo, soy un vaso vacío
Oigo una voz que me llama casi un suspiro
Rema, rema, rema-a Rema, rema, rema-a

En esta orilla del mundo lo que no es presa es baldío
Creo que he visto una luz al otro lado del río
Yo muy serio voy remando muy adentro sonrío
Creo que he visto una luz al otro lado del río

Sobre todo creo que no todo está perdido
Tanta lágrima, tanta lágrima y yo, soy un vaso vacío
Oigo una voz que me llama casi un suspiro
Rema, rema, rema-a Rema, rema, rema-a

Clavo mi remo en el agua
Llevo tu remo en el mío
Creo que he visto una luz al otro lado del río

Jorge Dexler