Memórias de Creta II

Chegar de manhã a uma praia deserta, de areira negra e fina, e mar esverdiado.
Sentir a areira, quente, esconder-se no meio dos dedos. Entrar no mar límpido como se continuassemos a caminhar calmamente pelo calor de Creta.
Finalmente o mergulho. Aquele momento fantástico em que o nosso corpo se torna mais leve (e mais feliz?) no universo da água. Os primeiros risos molhados. As brincadeiras e a ternura de todos os anos, onde quer que estejamos.
E... sim... agora começam as férias numa paisagem linda e quente. Num mar onde os peixes nos visitam todos os dias, e nós ficamos contentes por poder vê-los através da tranparência do mar da Líbia.

Memórias de Creta I

Um espaço pequeno recebe pessoas que chegam cansadas de várias partes do mundo. Vêm com vontade de descansar, não sabem ainda que no sítio onde acabaram de aterrar não se podem limitar a isso.
Como formigas, ainda infectadas pelo vírus do stress que abunda nas sociedades onde vivem, correm depressa para procurar os seus pertences.
É ao sair que compreendem que entraram noutro mundo. Uma cara simpática diz com uma voz calma e doce: Kalispera (boa-tarde), e a brisa quente que corre fá-los tranportar, finalmente, para Creta.
No caminho de curvas e contra curvas, procuram as imagens estereotipadas da ilha. Falta ainda muito para as encontrarem.

No entanto, a primeira recordação que retêm na memória é o cheiro. O cheiro, quente e forte, que mistura especiarias, como se elas caminhassem no ar.

E tudo isto é apenas o início...

Tanta Coisa...

Há tanta coisa que queria escrever aqui... Queria escrever sobre a morte de Henri-Carter Benson, sobre o livro As flores nascem na prisão de Adelino Gomes, sobre o Barco do Aborto, sobre os Jogos Olímpicos,... Porém o tempo não me premite fazê-lo, agora. Mergulhei imediatamente no mundo. Ando já metida no meio de papéis a correr para ter tempo de fazer tudo.
Escreverei por isso, daqui a uns dias. Até lá falarei sobre as memórias, inesquecíveis, destas férias.

Kalispera!

Voltei!
Regressei hoje de umas férias de três semanas, dividas entre o Algarve (1ªsemana) e a ilha grega de Creta (nas últimas duas).
Tenho o tom de pele mais escuro, o cabelo alourado e seco nas pontas, e estou mais gorda depois de três semanas de fazer nenhum.
Cansada de uma viagem de avião, e entre malas perdidas e perfumes partidos, chego a casa e vejo os papéis que deixei por arrumar e que começam já a fazer falta.
E é aí que estou realmente de volta! De volta à faculdade, aos papéis, ao trabalho... Enfim à rotina de todos os dias, da qual confesso, algumas vezes senti falta...

Hoje fico-me por aqui. Tenho uma pilha de roupa para lavar, presentes para destribuir, e muita coisa para arrumar.
Vou falar das paisagens que descobri, dos amigos que fiz, das culturas que conheci, do que aprendi. Mas, primeiro ainda tenho tudo para fazer... E já agora vou dormir um bocadinho