quinta-feira, setembro 30, 2004
Sugestões de leitura
Um dia vou estar no jardim da casa da Catarina, (sim, eu imagino-a a escrever e a receber no jardim de uma casa grande com espaço, piscina, etc.... adiante), a cobrar a minha percentagem do sucesso dela como escritora.
Já, que fui eu a primeira a lançá-la, em primeiríssima mão, aqui no blog Coisas de Miuda.
Mudar de pele é um pequeno, mas muito intenso, texto da jovem autora(que vem de Leiria, não é Cat?:)). Leiam-no (e já agora votem) aqui.
quarta-feira, setembro 29, 2004
A waltz for a night
A Waltz For a Night
Let me sing you a waltz
Out of nowhere, out of my thoughts
Let me sing you a waltz
About this one night stand
You were for me that night
Everything I always dreamt of in life
But now you're gone
You are far gone
All the way to your island of rain
It was for you just a one night thing
But you were much more to me
Just so you know
I hear rumors about you
About all the bad things you do
But when we were together alone
You didn't seem like a player at all
I don't care what they say
I know what you meant for me that day
I just wanted another try
I just wanted another night
Even if it doesn't seem quite right
You meant for me much more
Than anyone I've met before
One single night with you little Jesse I
s worth a thousand with anybody
I have no bitterness, my sweet
I'll never forget this one night thing
Even tomorrow, another arms
My heart will stay yours until I die
Let me sing you a waltz
Out of nowhere, out of my blues
Let me sing you a waltz
About this lovely one night stand
Julie Deply
Before sunset
Nove anos depois, já no começo a vida adulta, assisto durante a Gala de abertura do Indie à continuação da "história de amor".
Paris é agora o palco principal do reencontro. As duas personagens lidam, também elas, com os disabores da vida adulta.
Vendo os dois filmes como um só, sei que este é "um" dos filmes que me toca o coração. Um filme bonito.
Algures entre o nascer e o pôr-do-sol, reside a minha eterna esperança na paixão.
Before sunrise
Before sunrise estreou em1994. Na altura não vi o filme, tinha apenas 10 anos. Jamais poderia ter compreendido a fantástica história que o envolve. Vi-o uns anos mais tarde. Precisamente depois de regressar da minha primeira viagem a Viena. E, por momentos imaginei-me dentro do filme. Imaginei-me a protagonista. E voltei a percorrer a grandiosa Viena. A partir daí, vi a cidade de outra maneira.
Sempre que me recordava de Viena, mais do que um lugar ou uma imagem, recordava-me do before sunrise. E da maravilhosa ideia da paixão que ele me transmitiu, na idade da adolescência.
Desabafos de uma mulher III
O peso a mais. (sim, outra vez a dieta)
Há certas coisas na vida que são impossíveis de controlar, como o destino, a sorte, e o facto de se regressar de férias sempre com uns quilos a mais. Pois é, não adianta. Desisto. Eu até tento, mas não consigo. Todos os anos é a mesma conversa. Regresso de férias sempre com peso a mais. Acho que o meu rabo gosta de boa vida....
E começa a eterna luta:
- De manhã, depois do banho a olhar ao espelho: Ai estou tão gorda! Tenho de ter vergonha na cara e fazer dieta! Se parar de comer merda emagreço! Tenho de tentar! É só ter força de vontade! Vou conseguir! É a partir de agora que estou de dieta!
- Hora do almoço: Queria 1 bife com batatas fritas e arroz, por favor. (Pensamento: como agora, mas depois já não como mais. É a última coisa que como que engorda. Bem, até não deve engordar assim tanto... é mais as batatas que outra coisa... talvez não deva comer todas.... Naaaaaaa, vou comê-las todas).
- A meio da tarde: (Pensamento: Ai comi tanto, estou a abarrotar. Já sinto as calças apertadas, não me consigo mexer. Será que se nota? Estou cheia de fome.... Mas... não posso comer merda. Nada de coisas que engordem... Então é um gelado, sempre engorda menos que 1 bolo. E derrete logo. Aquilo é mais água que outra coisa. Até faz bem beber muita água.) Queria 1 copo com 6bolas, por favor!
- De noite, ao jantar: Eu só quero sopa! É que comecei hoje a fazer dieta e não quero abusar. Como a sopa, não me enche. Tenho fome. Vou comer bolachas... e queijo...e chouriço....e mais gelado.
- Durante a madrugada: Hoje já não dá para começar a dieta. Amanhã é que é! Levanto-me da cama e vou fazer 1 tosta mista. Mas... não estou satisfeita... Vou fazer esparguete. E depois? Depois gelado.
Resultado: Cada rabo tem o tamanho daquilo que a boca come!
terça-feira, setembro 28, 2004
Um rosto no meio de 2 milhões
"Vinte por cento dos portugueses vivem no limiar da pobreza. São mais de dois milhões de pessoas que não têm mais de 280 euros por mês. Os números foram hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística e referem-se ao ano de 2000."
Sic
O Tiago tem 10 anos. Anda na escola, gosta de brincar com os amigos, e sonha em ser polícia.Hoje comeu ao jantar as (poucas) batatas que sobraram do peixe cozido ao almoço. Ele está no grupo dos dois milhões de portugueses que está abaixo do limiar da pobreza.
My baby just cares for me
My baby don’t care for shows
My baby don’t care for clothes
My baby just cares for me
My baby don’t care for cars and races
My baby don’t care for high-tone places
Liz taylor is not his style
And even lana turner’s smileIs somethin’ he can’t see
My baby don’t care who knows it
My baby just cares for me
My baby don’t care for shows
And he don’t even care for clothes
My baby just cares for me
My baby don’t care for cars and races
My baby don’t care for
He don’t care for high-tone places
I wonder what’s wrong with baby
My baby just cares forJust says his prayers for
My baby just cares for me
Nina Simone
segunda-feira, setembro 27, 2004
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«A PJ de Faro confirmou hoje a morte da menina de oito anos desaparecida há 11 dias no Algarve e deteve "dois familiares próximos" por suspeita de homicídio qualificado. Em comunicado divulgado ao meio da tarde, a PJ refere que "identificou e deteve duas pessoas pela presumível autoria de um crime de homicídio qualificado que vitimou uma criança de oito anos, perpetrado na localidade de Figueira, Portimão".»
Não me apetece escrever sobre isto.
"Ele vive"
Mesmo depois de morto o seu espiríto continua a rondar a terra. A segredar músicas aos nossos ouvidos. A fazer acreditar os nossos pobres corações de que a Revolução continua.
Para o sentir basta um pequeno grupo, que acredita no tal homem bom que se realiza em comunidade, uma viola, uma noite quente alentejana, e um livro, editado na clandestinidade, com as temidas letras pela censura.
É aí que volto à infância, quando os cravos eram vermelhos e ainda era possível reconstruir.
PS1: Aquela noite parecia uma noite do Prec. Aquelas em que o Zeca cantava com o pé em cima de um banco, acreditando que o processo revolucionário estava em curso.
PS2: Este post é dedicado ao Paulo que me perguntou se eu acreditava no Zeca.
sexta-feira, setembro 24, 2004
O meu Top 20
1 - Uforgettable, de Nat King Cole
2 - Pasión, de Rodrigo Leão
3 - Eu sei que vou-te amar, Caetano Veloso
4 - Fico assim sem você, de Adriana Calcanhoto
5 - I say a litle prayer, de Aretha Franklin
6 - La vie en rose, de Edith Piaf
7 - Ser Poeta, de Luís Represas
8 - Song Bird, de Eva Cassidy
9 - Angel, de Sarah Mclachlan
10 - Ne me quitte pas, de Jacques Brel
11 - Hasta Siempre, de Carlos Puebla
12 - Behind the wall, de Tracy Chapman
13 - Foolish games, de Jewel
14 - Madalena, de Elis Regina
15 - Cara Valente, de Maria Rita
16 - Grandôla, do Zeca
17 - A Tourada, de Fernando Tordo
18 - Pedra Filosofal
19 - A banda, de Chico Buarque
20 - Vampiros, do Zeca
quinta-feira, setembro 23, 2004
quarta-feira, setembro 22, 2004
Entrevista a Odete Santos
Revolução é a subversão de um sistema inimigo e injusto
Odete Santos é uma das mais carismáticas deputadas no Parlamento Português. Militante destacada do Partido Comunista Português é uma das vozes mais ouvidas na opinião pública. Resistente convicta, sabe que aquilo que é hoje, tem a marca do seu passado, daquilo que viveu. Três décadas depois, continua a defender o “R” na Revolução.
1-O que a levou a aderir ao Partido Comunista Português?
Antes de compreender o marxismo-leninismo, compreendi a justiça social e a luta contra a desigualdade. Logo muito cedo no fascismo achei, e continuo a achar, que quem lutava pela justiça e pelas desigualdades eram os comunistas. Foi aí que despertei e quando comecei a estudar alguma coisa sobre o marxismo, porque ainda não estudei tudo. O marxismo é uma doutrina filsófica - económica, e é um método de análise história. Este dá as bases para explicar as crises do capitalismo e para o derrotar. Lenine trouxe uma reflexão importante ao marxismo, sobre a organização do partido e do sistema do estado socialista.
2- Como viveu o período do Estado Novo?
Antes de ter consciência do que se passava, já me apercebia que imperava o medo. Lembro-me de nas eleições do Norton de Matos o meu pai ter ido assistir a um comício e a minha ter ficado cheia de medo. Apercebia-me que se vivia num período de terror. Os meus pais eram professores, por isso, contactei muito com a classe dos funcionários públicos. Muitas vezes tinham de ficar calados. Quando tomei consciência foi diferente. Vivi esse período no meio de muitas lutas. Na década de 60, as coisas começaram a mudar com os movimentos estundantis e de revolta dos povos africanos contra a colonização. Houve momentos marcantes para mim. A fuga de Peniche de Álvaro Cunhal, foi um deles. Mais do que a fuga de um homem, que era importante cá fora, mostrou que o sistema tinha pés de barro e que podia ser combatido. Eu estive envolvida nessa fuga, e na crise de 62, que foi uma aliança entre trabalhadores e estudantes. Ocorreram muitas manifestações na rua, no 1º e no 8º de Maio denunciando a repressão, e eu também estive lá. Isso impressionou-me muito. Vivi com medo, sofri consequências. Mas fui uma entre muitos.
3 – Dizem que toda a gente tem uma definição de Revolução diferente. Como foi a “sua” Revolução de Abril?
A “minha” Revolução não foi só política. Não “apenas” a concessão das liberdades, o acabar da polícia política, a liberdade de expressão, de reunião. Foi muito mais do que isso. Foi o ínicio da alteração das estrutturas económicas baseadas nos monopolios, nos latifundios. A economia era um sustentáculo do fascimo. O 25 de Abril iniciou a destruição desse sustentáculo. Com a reforma agrária e a nacionalização de algus sectores (não todos) da sociedade. Tudo isto levou a melhorias no campo social. Num aumento do nível de vida do povo. Para mim é um complexo de subversão no sentido positivo. É a subversão de um sistema inimigo e injusto e das suas estruturas económicas e sociais.
4 - Quais foram para si as maiores conquistas de Abril?
É muito difícil escolher. Na área política foi a institucionalização do sistema partidário. O que tornou possível a legalização do PCP. No campo económico, as nacionalizações dos sectores chaves da sociedade. Do ponto de vista social é sem dúvida a igualdade na lei.
5- E concretamente no campo feminino?
A igualdade homem mulher. A possibilidade de as mulheres passarem a ter os mesmo direitos é algo de extrema importância.
6- Em Abril de 74 o que imaginava para o país?
Em Abril de 74 fiquei simplesmente contente. Não imaginei nada. À medida que o tempo foi passando a sucessão dos acontecimentos acabou por não me espantar. Houve todo um processo evolutivo. Acho que não se irá voltar totalmente atrás. Há sinais positivos que apontam nesse sentido. Os acontecimentos no Iraque mostram que as pessoas perceberam que não é possível continuar assim. Penso que não vai haver a possibilidade de voltar atrás. Mas, não se pode dizer nunca mais.
7- 30 anos depois Abril é Evolução ou Revolução?
Revolução! O 25 de Abril foi uma Revolução, porque foi uma subversão de estruturas. Não foi o aproveitamento do sistema para se fazerem melhorias. Marcelo Caetano quis fazer, a evolução na continuidade. Mudou os nomes, mas continuou tudo na mesma. O 25 de Abril não se resume a aletrações no sistema. É muito mais do que isso!
8 – José Mário Branco editou recentemente um cd intitulado, Resistir é Vencer. É um dos principais rostos do Partido Comunista. Considera-se uma resistente, e por isso mesmo, uma vencedora?
Sou uma resistente. Mas resisto porque estou integrada num colectivo. Resistir sozinha não é possível. Mesmo na minha vida pessoal, eu considero – me uma resistente. E uma corredora de fundo, de maratona. Vou armazenado forças, esperançada, de que no fim alcançarei a vitória final.
terça-feira, setembro 21, 2004
Mona Lisa
Mona Lisa, Mona Lisa, men have named you
You're so like the lady with the mystic smile
Is it only 'cause you're lonely they have blamed you?
For that Mona Lisa strangeness in your smile?
Do you smile to tempt a lover, Mona Lisa?
Or is this your way to hide a broken heart?
Many dreams have been brought to your doorstep
They just lie there and they die there
Are you warm, are you real, Mona Lisa?
Or just a cold and lonely lovely work of art?
Do you smile to tempt a lover, Mona Lisa?
Or is this your way to hide a broken heart?
Many dreams have been brought to your doorstep
They just lie there and they die there
Are you warm, are you real, Mona Lisa?
Or just a cold and lonely lovely work of art?
Mona Lisa, Mona Lisa
domingo, setembro 19, 2004
19 de Setembro de 2004
Biscoitos de chocolate, tarte de limão e bolos de morango...
Não faças cerimónia e come o que te apetecer.
A Fada Carolina,
Livrinho de desejos para todos os dias.
sábado, setembro 18, 2004
quinta-feira, setembro 16, 2004
Gosto/Não Gosto
Gosto:
Solidariedade - Amizade - Das camas feitas de lavado - De toalhas turcas quentinhas nos dias frios de Inverno - Dedicatórias bonitas nos livros - Poesia - Verdade - Ideologia - Abril - Revolução - Quadros pintados a óleo, de cores vivas - Praia - Mar azul, tranparente - Palmeiras - Viagens - Livros - Comédias românticas - Filmes que me tocam o coração - Crianças - Risos partilhados - A Conversa da praxe ao telefone - Olhares que falam - Cozinhar - Paz - Liberdade - Democracia
Não Gosto:
Lama - Piadas estúpidas - Cobardia - Pseudo jornalistas - Sorrisos amarelos - Pseudo escritores - Inveja - Mentira - Escuro - Conversas de circunstância - Boatos - Caridade - Gente de plástico - Materialismo - Aparência - Guerra - Ditadura - Pobreza - Provocações - Pobreza humana - Pena
terça-feira, setembro 14, 2004
Terra Incógnita
há uma terra a leste do coração,
meu amor,
para lá dos mundos naufragados,
à esquerda da esperança.
um lugar onde o veneno da beladona
é bebido em cálices nocturnos,
e onde as adolescentes se deitam
com os primeiros lobos da manhã.
não tem nome, nem mapa, nem rota,
é uma terra de vento e luz,
onde deus está por inventar,
e o demo não desembarcou ainda
com suas filhas de prata.
é uma pulsante ilha no meu peito,
escuta-a, amor,
a terra onde poisarás a fronte,
e onde uma noite apenas
dura todo o sempre.
João de Mancelos
segunda-feira, setembro 13, 2004
Conversas em família
Marcelo Caetano reencarnou na pele de Ministro das Finanças e está a falar agora na televisão.
IVG
Porque o assunto já me enjoa de tanto andarmos a maracar passo, porque fico com urticária só de ter de discutir o assunto, e porque vomito quando vejo o Portas a falar do tema na televisão, espero que este seja o último post que faça aqui sobre o assunto.
Portanto cá vão por tópicos, já não é a primeira vez que faço isto, a ver se todos entendem melhor os motivos pelos quais se deve despenalizar o aborto.
1- O aborto existe. É uma realidade. Com ou sem lei vai continuar a existir.
2- Todas as mulheres têm direito de optar. Não é uma decisão que se tome de ânimo leve, mas é uma escolha que tem de ser feita. E todas as mulheres têm direito a fazê-la em condições. É uma questão de saúde pública.
3- Os abortos clandestinos deixam marcas irreparaveis nas mulheres.
4- Legalizar significa optar, não quer dizer que toda a gente vai ter de fazer abortos.
5- Cada um é dono da sua consciência.
6 - Quem tem dinheiro pode fazer um aborto no estrangeiro. Quem não tem lixa-se e a arrisca-se a ficar mutilada para o resto da vida.
7- Ninguém sabe quando começa a vida humana.
8- Tenho muita pena mas a igreja não tem nada a ver com o assunto, porque vivemos num estado laico.
9- Não vi a direita incomodada com a guerra no Iraque que vitimou tantas vidas humanas.
10- Liberalizar o aborto não chega, o planeamento familiar deve ser uma realidade para toda a população.
11- Fazer um aborto não é o mesmo que ir ao cabelereiro, logo a sua legalização deve incluir projectos de mentalização e prevenção.
12 - Se abortar não fosse um verbo que se conjugasse no feminino a questão já estaria resolvida.
Para acabar, a melhor frase que ouvi sobre a questão do Borndiep foi no Baranabé (que celebrou há uns dias 1 ano): Um barco do séc.XXI chega a um país da Idade Média.
sábado, setembro 11, 2004
Nós controlamos
«Fiz coisas que nunca conseguiria fazer. Por exemplo, entrar num local e ter o controle que uma mulher tem sobre um homem. As mulheres têm tanto controle sobre os homens! Eles fazem tudo o que elas quiserem, se elas o fizerem da forma certa.»
Gael Garcia Bernal
Esfinge sem segredo
por países tão longe e além
da alma, eu vou,
esfinge sem regresso nem segredo.
como um marinheiro ferido,
raso dos silêncios
que a âncora tem para a certeza,
vou cristalizado, ó atlântida,
rumo à tua ausência
ser sempre aqui.
a carne amarga, a mão de febre,
a voz alta, a maré muda,
vou e pergunto e vou,
mareando sobre estrelas
e naufragando em cada mapa.
vou, até que a nau se faça ilha,
até que a dúvida esteja certa.
João de Mancelos
Setembro de 2005
Onde é que vamos estar a 10 de Setembro de 2005?
Não sei.
Não sei mesmo. Não faço ideia. E é isso que me custa. Queria fazer ideia. Queria saber. Queria mesmo saber. Queria mesmo ter certeza. Queria fosse como nas nossas melhores conversas.
Mas sabem, até pode ser bom. Mesmo que não seja como nas nossas melhores conversas.
Pode ser que sim. Espero que sim.
Este post é dedicado a C. e a R.
PS: Fica marcado o encontro a 10 de Setembro de 2005 no Merlin.
quinta-feira, setembro 09, 2004
Abu Grahib
Está na coluna da esquerda um link com fotos da prisão de Abu Grahib. Andei muito tempo a pensar o que devia fazer com ele. Não consegui vê-las todas. Acho que fica bem ali, na coluna da esquerda. Afinal, há certas coisas que não podem ficar em branco.
Desabafos de uma mulher II
A dieta.
Venho de férias com uns quilos a mais. Assim que aterrei em Lisboa, pensei para com os meus botões: Carolina, agora tem de ser a sério. Vais ter mesmo de fazer dieta. Vais para o ginásio. Vais fazer uma alimentação equilíbrada. E pronto! Estava decidido era desta que ia fazer dieta por um período maior que uma semana.
Agora a realidade:
Continuo a comer porcarias, o ginásio foi adiado para o mês de Outubro (mas eu juro que vou C.), .... e as calças continuam apertadas.
Por que razão é que a dieta para as mulheres ou é uma ilusão ou uma tortura? Porque raio é que os homens não têm de se preocupar com nada disto.
Há já sei... é porque são homens
quarta-feira, setembro 08, 2004
São só 100 de diferença...
Atenção: este post não é para criticar a prestação dos atletas portugueses nos Jogos Olímpicos.
Nos Jogos Olímpicos de Atenas, Portugal teve a sua melhor prestação de sempre em Olimpíadas. O que dá a um total de 3 medalhas, duas de prata e uma de bronze. Acho que os atletas vencedores são realmente muito bons, e estão de parabéns. É que num país onde desporto se resume a futebol, ganhar uma medalha é um verdadeiro feito, pois os apoios dados aos atletas são praticamente o mesmo que zero.
Talvez por isso, na nossa melhor prestação de sempre, tenhamos ficado a "apenas" 100 medalhas dos vencedores (EUA).
Sim eu já sei, os EUA são um país rico com tradição no desporto, etc. etc. Pois, mas a Grécia que ganhou 15 medalhas, está exactamente, na mesma posição que nós: é um país europeu na cauda do próprio continente. Isso não impediu os gregos de apostarem no desporto, e continuarem a gostar de futebol.
Destas Olimpíadas ficam outras boas participações, para além dos 3 vencedores. Espero que lhes seja dado o apoio necessário para obterem uma melhor qualificação em Pequim.
terça-feira, setembro 07, 2004
Blowing in the wind
How many roads must a man walk down
Before you call him a man
How many seas must a white dove sail
Before she sleeps in the sand
How many times must the cannonballs fly
Before they are forever banned
The answer, my friend, is blowing in the wind
The answer is blowing in the wind
How many years can a mountain exist
Before it is washed to the sea
How many years can some people exist
Before they're allowed to be free
How many times can a man turn his head
And pretend that he just doesn't see
The answer, my friend, is blowing in the wind
The answer is blowing in the wind
How many times must a man look up
Before he can see the sky
How many years must one man have
Before he can hear people cry
How many deaths will it take till he knows
That too many people have died
The answer, my friend, is blowing in the wind
The answer is blowing in the wind
Bob Dylan
Keep on rocking in the free world
Fahernheit 9/11
Este parece ser o filme que a direita gosta de criticar antes mesmo de ter visto. Apelidando de propaganda ideológica e de falta de objectividade.
Moore fez um documentário ao seu estilo. Criticou Bush. Criticou a Guerra do Iraque. Criticou a administração republicana. Mostrou as relações entre a família Bush e a família Bin Laden. Mostrou momentos menos felizes do Presidente Norte-Americano. E deu a conhecer as razões que levam jovens americanos a alistarem-se nas forças-armadas e a matar ao som do refrão "die mother fucker, die".
Pois, até aqui nada de novo. Para nós europeus as relações entre as duas famílias eram motivos de comentários, e todos nós temos a noção da crise de valores que se vive na América que leva jovens de bairros degradados a alistarem-se no exército a troco de educação e de uma vida melhor. E não se comentava à boca cheia, logo a seguir às eleições, que o filho do Bush até não devia ter tido mais votos que o outro?
Mas, para os americanos esta é uma realidade desconhecida. Não faz parte do american dream, talvez por isso, o filme de Moore não seja um produto da indústria de Hollywood. Não vende sonhos, vende a realidade.
Moore não é objectivo. Mas, a objectividade ninguém lha pediu. Não é jornalista não está obrigado a segui-la, no entanto ninguém critica as posições subjectivas pro-bush dos jornalistas americanos. Fez um documentário de autor, deu a sua opinião. Engraçado é que os que o criticam de sectarismo não achem estranho que a Disney, sediada na Florida- estado-governado-por-Jeff Bush-irmão do Presidente, tenha querido proibir a exibição do filme. Moore tem direito à sua opinião e tem direito a expressá-la da maneira que entender, desde que esteja dentro da lei. Há um ano atrás foi feito um filme sobre o 11 de Setembro, que punha Bush como o herói relutante da história. Sendo o grande salvador da nação. Aliás, depois dos vídeos populistas contra Kerry e a forma vergonhosa como é criticada a sua medalha "ganha" no Vietname, George Bush (que se safou da guerra) devia ficar calado.
O contéudo do filme do Moore não foi uma completa surpresa. Só que lá está tudo explícito.
Acreditando nos princípios fundamentais da América, de que a Liberdade é o maior bem, Michael Moore é livre de produzir o que quiser, de fazer campanha por quem quiser, e de criticar quem quiser.
Mas, para que eu tivesse a liberdade de escolher ir ver Fahernheit 9/11, o Festival de Cannes teve de lhe atribuir o prémio máximo. Como se fosse um certificado de visionamento no mundo livre.
Das lágrimas ao riso num instante, afinal, o que ali está é real. Há mães que choram os filhos. Há uma data de jovens estropiados. Há uma data de jovens que daqui a uns anos terão os seus cérebros esgotados. Há uma data de iraquianos a serem torturados nas prisões. Há uma meia dúzia de gente louca e interesseira a governar o mundo.
Na vida como no filme: Keep on rocking in the free world!
PS: Por acaso o filme até está bem feito.
Passado um ano
Indepêndencia, um facto
Acto soberano!
Já não existe espaço para lágrimas...
Delas se esvaziou o corpo
Para a alma chorar novas emoções,
Do destino... que não existe!
Nunca o conheci!
A história só conheceu dor, sacrifícios...
E a memória ainda se aflige na tortura
Da violência e destruição...
E fecha-se para os tempos!
Quer abrir-se para os livros, de folhas brancas...
Do encanto... que existe!
Crianças perderam o olhar no medo,
No brilho dos sorrisos inocentes
Sabem que a vida é dura!
Nasceram nisso, a vivê-la!
O pensamento já não simboliza sonhos,
Debate-se no frenesim das ilusões...
Sonho real de uma esperança!
Independência, todos os dias,
Um acto de sempre... difícil!
Xanana Gusmão
(Escrito para o livro As flores nascem na prisão, a pedido do autor)
domingo, setembro 05, 2004
Creta VI
Quero voltar ao sítios onde estive, e ir onde nunca fui.
Esta é a minha frase favorita acerca de viagens, agora também se aplica a Creta.
sábado, setembro 04, 2004
Creta V
Templos Passados
Passaram séculos, milénios, gerações, o homem foi ultrapassando etapas e foi, também, ficando encantado com as descobertas que fazia. Descobriu-se o mundo. Colonizou-se esse mundo até então desconhecido. Depois deu-se a descolonização. Aconteceram inúmeras guerras. As civilizações foram-se substituindo umas às outras. E, o que era fundamental numa civilização deixava de o ser para outra. Os padrões mudaram. Nasceu Cristo. Os humanos assistiram a inúmeras catástrofes...
Mas, as marcas do passado sobreviveram a tudo isto. Permaneceram impávidas e serenas e estão cá para contar a história.
É assim em Creta. Onde cada localidade tem um vestígio do passado.
quinta-feira, setembro 02, 2004
Creta IV
Cheiros e temperos diferentes dos habituais tranformam os alimentos de todos os dias em pratos exóticos.
A vista sobre o mar azul mesmo à frente estacionado, acompanha as garfadas dos pratos novos qe experimentamos todos os dias. Cada sabor, um novo desejo de entrar no mar como se ele nos pertencesse.
Não há nada como passar tempo assim. Na praia, em boa companhia, a celebrar cada mergulho. Almoçar com a melhor vista possível. E regressar, finalmente, ao mar.
Não há nada como meter conversa com o turista que está no chapéu ao lado e falar com ele sobre o país de origem e o de destino. E já agora sobre a globalização, e sobre a economia, e sobre o euro.
Não há nada como falar com aqueles que nos acolhem para conhecer o país. Não há nada como regressar.
quarta-feira, setembro 01, 2004
Creta III
Como uma força!!!!!
O coração verde e vermelho (mais vermelho do que verde) palpita de maneira diferente pela força Portuguesa, quando estamos fora da pátria mãe.
A vitória num jogo de futebol para o campeonato dos Jogos Olímpicos, ou o saber-se via telefone (porque na Grécia só se viam jogos dos gregos) que um dos "nossos" ficou a um segundo do ouro, enche-nos o peito de orgulho, põe-nos um sorriso nos lábios. E faz-nos sentir orgulhosamente portugueses, a saltar e a gritar pelas ruas de um país diferente: Portugal, Portugal!
Um golo sofrido no meio de derrotas, e (apenas) 3 medalhas ganhas nos Jogos Olímpicos, têm um sabor especial quando se éstá no estrangeiro. E ao contrário do que acontece quando estamos por cá não sabe nada a pouco...
Desabafos de uma mulher I
Porque raio é que para ir dormir a casa de uma amiga as mulheres precisam no minímo de uma mala. O equivalente ao que os homes levam em viagens de um mês!
Juro que já tentei, mas menos de uma mala (um saco de viagem grande) não dá. É que as mulheres ao contrário dos homens, não se limitam a tomar banho de água fria, vestir umas calças e uma camisola e ir para a rua. Nós temos os cremes, o gel de banho, a maquilhagem, a roupa a condizer, a mala (sempre cheia), os brincos,.....
Ser mulher é mais complicado do que aquilo que parece!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!