sexta-feira, julho 29, 2005
quarta-feira, julho 27, 2005
segunda-feira, julho 25, 2005
O Álbum revisitado
(Já que estamos numa de abrir a intimidade "bora lá")
Querida A.,
Este blog começou com um texto para ti. Tenho saudades desses dias. Sinto a falta dos tais croissasnts de chocolate de fim de tarde. Das coisas próprias de miúdas da nossa idade.
Já não te faço a mesma pergunta todas as segundas-feiras. E tenho falta de tempo para estar contigo.
Aprendi a aproveitar mais o pouco que estou contigo, a ter o tal tempo de qualidade... é pouco...
(Espero que a vida dê novamente uma reviravolta para estarmos mais vezes juntas.)
Este ano não estou cá nos teus anos outra vez! Vou-te telefonar, e vou estar contigo depois. Mas quero que saibas isto: continuas a ser o primeiro nome nas minhas listas.
Bjs grds:)
PS: Desculpa a foto mas não tinha outra aqui:P
Dar rostos aos nomes
Fátima,
também gosto de dar rostos aos nomes. Nos blogs é engraçado "falar" com quem nunca vi, ler as pessoas. Ver num blog aquilo que uma pessoa é. (Se ela decidir revelar-se neste espaço.)
Apesar disso, nunca deixo de imaginar o nome que aparece no fim do post...
Portanto cá vai: eu sou esta! A fotografia marca um fim de tarde bem passado em Sintra.
PS: Também gosto de si:)
Girl
"Girl"
Take A Minute Girl Come Sit Down
And Tell Us What's Been Happening
In Your Face I Can See The Pain
Don't You Try To Convince Us That You're Happy (Yeah)
We've Seen This All Before
But He's Taking Advantage Of Your Passion
Because We've Come Too Far
For You To Feel AloneYou Don't Let Him Walk Over Your Heart
I'm Telling You
Girl, I Can Tell You've Been Crying
And You Needing Somebody To Talk To
Girl, I Can Tell He's Been Lying
And Pretending That He's Faithful And He Loves YouGirl,
You Don't Have To Be Hiding
Don't You Be Ashamed To Say He Hurt You
I'm Your Girl, You're My Girl, We're Your Girls
Don't You To Know That We Love You?
See What You All Don't Know About Him
Is I Can't Let Him Go Because He Needs Me
It Ain't Really Him It's Stress From His Job
And I Ain't Making It Easy
I Know You See Him Bugging
On Me Sometimes
But I Know Deep Inside He Don't Mean It
It Gets Hard SometimesBut I Need My Man
I Don't Think Ya'll Understand
I'm Telling You
Girl, Take A Good Look At Yourself
He Got You Going Through Hell
We Ain't Never Seen You Down Like This
What You Mean You Don't Need Us To Help?
We Known Each Other Too Well
Girl I've been knowin' you since you were ten,
you cannot hide from your friends
Destiny Childs
Miúdas:
A letra não tem nada a ver com as nossas vidas (era só que mais faltava:p), mas gosto do videoclip feito a três.
Para C. e R.
Se a vida fosse perfeita...
La notte lava la mente.
Poco dopo si è qui come sai bene,
file d'anime lungo la cornice,
chi pronto al balzo, chi quasi in catene.
Qualcuno sulla pagina del mare
traccia un segno di vita, figge un punto.
Raramente qualche gabbiano appare.
Mario Luzi
(Quando tiver mais tempo falarei sobre o que se passa em Londres.)
sábado, julho 23, 2005
quinta-feira, julho 21, 2005
A vida começa agora
"Este céu passará e então
teu riso descerá dos montes pelos rios
até desaguar no nosso coração"
Ruy Belo
Andava angustiada com o fim do curso. Parecia o momento mais marcante da minha vida, a hora de todas as decisões. Sentia que qualquer que fosse o caminho que tomasse agora ia ser para sempre. (Já aprendi que na vida não há para sempres)
É um mundo novo que se aproxima. Cheio de potencialidades, e onde não valem as ideias pré-concebidas que tínhamos na adolescência.
Há um mar íncrivel de janelas de oportunidades. Para serem abertas uma a uma. Sem pressas.
Até lá fica o Ruy Belo para me ir tranquilizando.
terça-feira, julho 19, 2005
Manifestações de Vida IV
Noutros lugares
Não é que ser possível ser feliz acabe,
quando se aprende a sê-lo com bem pouco.
Ou que não mais saibamos repetir o gesto
que mais prazer nos dá, ou que daria
a outrem um prazer irresistível. Não:
o tempo nos afina e nos apura:
faríamos o gesto com infinda ciência.
Não é que passem as pessoas, quando
o nosso pouco é feito da passagem delas.
Nem é também que ao jovem seja dado
o que a mais velhos se recusa. Não.
É que os lugares acabam. Ou ainda antes
de serem destruídos, as pessoas somem,
e não mais voltam onde parecia
que elas ou outras voltariam sempre
por toda a eternidade. Mas não voltam,
desviadas por razões ou por razão nenhuma.
É que as maneiras, modos, circunstâncias
mudam. Desertas ficam praias que brilhavam
não de água ou sol mas solta juventude.
As ruas rasgam casas onde leitos
já frios e lavados não rangiam mais.
E portas encostadas só se abrem sobre
a treva que nenhuma sombra aquece.
O modo como tínhamos ou víamos,
em que com tempo o gesto sempre o mesmo
faríamos com ciência refinada e sábia
(o mesmo gesto que seria útil,
se o modo e a circunstância persistissem),
tornou-se sem sentido e sem lugar.
Os outros passam, tocam-se, separam-se,
exactamente como dantes. Mas
aonde e como? Aonde e como? Quando?
Em que praias, que ruas, casas, e quais leitos,
a que horas do dia ou da noite, não sei.
Apenas sei que as circunstâncias mudam
e que os lugares acabam. E que a gente
não volta ou não repete, e sem razão, o que
só por acaso era a razão dos outros.
Se do que vi ou tive uma saudade sinto,
feita de raiva e do vazio gélido,
não é saudade, não. Mas muito apenas
o horror de não saber como se sabe agora
o mesmo que aprendi. E a solidão
de tudo ser igual doutra maneira.
E o medo de que a vida seja isto:
um hábito quebrado que se não reata,
senão noutros lugares que não conheço.
Jorge de Sena
Acredito que as pessoas continuem nos "bocadinhos de vida" que nos deixam. Nos pequenas nada, que nas situações limite acabam por ser tudo.
O verdadeiro amor está nos sacríficios que se fazem todos os dias. Como tratar os de outros como nossos.
Para L., um poema para ser lido durante os últimos desejos, numa praia no sul do país.
domingo, julho 17, 2005
Moçambique
posted by Carolina
Este ano a revolução da minha vida ditou que o Verão fosse diferente. Restam-nos os outros dias do ano. O Inverno para fazer a viagem das nossas vidas.
Vamos ver os lugares que um dia ficaram vazios, e vou finalmente enquadrar as histórias que oiço desde pequena. A sensação deve ser a mesma de ver o nosso livro predilecto no cinema.
Apesar das mudanças que vais encontrar, tenho certeza que o pôr-do-sol será mesmo e qu a gente continua doce. (É a tal riqueza da alegria na pobreza)
Mãe:
estou a contar os dias no calendário para conhecer o lugar onde foste feliz. Onde aprendeste o que é a dignidade e a justiça, e que isso não se vê na côr da pele. Onde pela primeira vez, ousaste sonhar com a palavra liberdade.
sexta-feira, julho 15, 2005
Exclusão social
Nestes dias na Ajuda de Mãe encontrei várias histórias. De uma maneira ou de outra, nenhuma das miúdas com quem trabalhei tinha uma estrutura familiar normal.
Passaram directamente das barracas para as barracas de "cimento". Os pais, os avós e os irmãos perderam-se nessa passagem. E foram à procura do tal "calor e conforto do lar" fora de casa.
As histórias, apesar de terem caminhos diferentes, acabam da mesma maneira: são crianças que acabaram por ter crianças. Algumas delas só se aperceberam que estavam à espera de bebé quando a prima, ou a tia estranharam o crescer da barriga. Mas, isso não as faz gostar menos dos filhos, salvo raras excepções. Reconhecem o choro, não se esquecem das vacinas e preocupam-se com o futuro dos filhos, para que seja diferente do delas.
A amargura com que contam a vida e a vontade que têm de a reciclar, não lhes tira a vontade de não serem mães. Ainda que seja para "brincarem com bonecos de verdade".
A imagem que fica: uma miúda, um canguru e um bebé. Não deixa de me deixar triste.
quinta-feira, julho 14, 2005
quarta-feira, julho 13, 2005
http://sabordaspalavras.blogspot.com
Poema para uma ideia de tempo
Sabes do peso das folhas
quando caem
no Outono
Sabes das cinzas
que sobem pelo céu
da boca do vulcão que acordou
Tens a pintura dos anos
No corpo que envelhece
Todo o teu corpo
Entre a vida e a morte
Entre o início e o fim
Entre marMundoUniverso
Sabes do Big-Bang
e do espaço que se expande
Sabes de uma teoria
e de buracos negros
e cordas
Sabes da areia que se esvai no diminuto aperto da ampulheta
Sabes do ritmo da música
e de ondas que andam os oceanos
O evaporar do poema
A história Dos homens
De nascimentos, mulheres
Paixões que se imortalizam em deixas de teatro
Ódios, que criam guerras
Que criam lágrimas
Nos olhos do soldado que é abatido na trincheira
em mil novecentos e dezassete
Sabes também que a tua voz é como uma folha de Outono
E que um poema tem apenas a eternidade dos olhos de quem o lê.
Pedro de Mendoza
PS: Gostei mesmo!
quarta-feira, julho 06, 2005
Cheiro a Bebé
Estava deitado na cama, numa luta com a almofada. Os brinquedos pendurados em cima da cama já não entretiam.
Quando cheguei ficou sossegado. A olhar para mim com o receio natural.
Fiz-lhe uma festa na barriga. Abriu os olhos azuis enormes e estendeu-me os bracinhos. Peguei-lhe ao colo.
Andei com o cheiro a bebé o resto do dia.
segunda-feira, julho 04, 2005
LOL
Na segunda-feira passada fui à homenagem que foi feita ao Urbano Tavares Rodrigues na SPA. Entre muitos cumprimentos fui apresentada a um Miguel. Até aqui tudo bem.
Acontece que fiz um post, nesse dia, sobre o Urbano. E um Miguel, meu vizinho por aqui descobriu que era ele que eu tinha conhecido:P lol
domingo, julho 03, 2005
Manifestações de Vida III
Despeço-me da Terra da Alegria
O que dirá de mim o castanheiro do outono
a estação do que passa e se desfaz
Esqueci a minha infância e não sei nada
Estou à sombra e espero alguém virá
sombria melodia do meio-diao perfume dos campos cavalgados
na quente luz do dia em que eu vivia
Alguém me chegará desse distante bosque
onde eu errei a minha juventudenas formas levemente tacteadas pelos dedos
Não me demoro ou moro em sítio algum
já nada significam as palavras
neste deserto onde vigilo e estou desperto
terrivelmente só dentro da noite.
Alino silêncio profundo da floresta ao
teu singular olor de singular mulher
crucifiquei a minha juventude
A vida tem aspectos criminosos como
a subida da chama silenciosa na hasta da mulher que se procure
Não há nenhum regresso nos meus passos
a lua era outra lua de hora a hora
a natureza espera-me faz-me sofrer
troncos incendiados no outono
depois adormecidos no inverno
o aspecto humano de uma terra cultivada
(...)
Ruy Belo
Lembrei-me hoje, enquanto passeava por Lisboa, debaixo de um sol abrasador.
To do list:
- Ver o filme "Um Amor em África". E decobrir o significado de "UBUNTU".
- Entregar, finalmente, a lista de livros na livraria. Para ter o País Possível do Ruy Belo só para mim.
- Encontrar-me com os bancos de madeira do Rosa da Rua.
- Ir ver a Casa de Bernarda Alba, de Frederico García Lorca, no São Luíz.
- Tentar arranjar, de que maneira for, The Piano Blues - uma viagem ao mundo dos blues.
- Procurar os Vinis do Gardel (devem andar por aí), agora que ele fez anos.
- Cumprir as pequenas resoluções diárias;)