Morreu hoje aos 24 anos, e de uma maneira trágica Miklos Féher.
Como benfiquista sinto que a equipa fica mais pobre (ao contrário das opções do treinador eu sempre achei que era bom jogador), como natural de um país que vai organizar o Euro2004, sinto-me preocupada, pois não sei até que ponto Portugal está pronto para receber um evento desportivo de tamanha envergadura. Mas, acima de tudo, como ser humano sinto um vazio enorme.
Um jovem de 24 anos caiu no relvado de um campo de futebol depois de esboçar um sorriso.
Nunca o conheci, lembro-me de ser o melhor marcador quando estava no Braga, de o ver numa apresentação no estádio da Luz, em alguns treinos e em alguns jogos. Não posso por isso, dizer como era.
Nesta altura o que mais me assusta é maneira como tão depressa cá estamos e tão depressa partimos (nós e os outros).
Recentemente estive numa tertúlia, a certa altura falou-se do sentido da vida. O que é que nos move? Porquê é que algo nos move? Qual o sentido da vida?
A estas pergunta respondo com algo que ouvi uma professora dizer:
" Todos os homens procuram a felicidade! "
Espero que Miklos Féher a tenha encontrado ainda que por breves momentos.
Eu (gosto) de acreditar que as pessoas não passam por este mundo em vão. E que a vida não acaba aqui, esta é apenas uma etapa.
Assim, quando partimos é apenas o nosso corpo que se vai. Fica a nossa alma, a nossa "obra", e as pessoas com quem nos cruzámos...
Quando morreu Artur Semedo, António Lobo Antunes dedicou-lhe um texto lindíssimo na revista Visão. Poucos dias depois ouvi alguém dizer que quem tem amigos assim nunca morre.
Ao ver o momento da queda do jogador e o desespero dos colegas e amigos foi isto que me veio à cabeça.
As pessoas morrem quando nós as deixamos ir!
PS:Hoje, vou abraçar duas vezes mais as pessoas de quem gosto, vou dizer-lhes mais vezes o quanto gosto delas, vou dar mais importância às coisas boas da vida. Nem que seja só por hoje. Porque a ideia de sair do jogo me atormenta, e muito.
Carolina nº110835