Coisas de miúda

"E pra começar eu só vou gostar De quem gosta de mim" Caetano Veloso

sexta-feira, abril 30, 2004

Sugestões da semana III

Um livro: Ensaio sobre a lucidez. Um livro propositadamente polémico do Nobel português. Saramego reflecte sobre o estado da democracia e da sociedade que assiste passiva ao (des)governo dos Estados e, aponta uma arma para o combate - o voto em branco.


Um cd:
Uma colectânea do melhor de Jacques Brel, 25 anos depois da sua morte.

Um filme: Carandiru. Um filme brasileiro sobre uma das maiores revoltas numa cadeia brasileira. Com a realidade da sociedade brasileira em geral e, do meio prisional em particular, como pano de fundo.

Um dvd:Casablanca. Um dos melhores filmes de sempre. A realidade de uma das épocas mais marcantes da história mundial.

Uma peça de teatro:A noite dos ursos pandas, no teatro da Luz. Rui Mendes e Maria Emília Correia encontram-se e desencontra-se no mundo do sonho e da realidade.

Uma coluna:Miguel Sousa Tavares no público às sextas-feiras. Quer se concorde ou não é obrigatório ler.


Um espectáculo:
Gobissauros. Já não é a primeira vez que os dinossauros nos visitam, vindos directamente do passado. Imperdível para os mais pequenos e nostálgicos para os maiores que os vistaram há mais tempo.

As palavras

São como cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.

Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.

Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.

Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?



Eugénio de Andrade

Tortura americana

Foram hoje divulgadas fotografias que mostram soldados americanos a humilhar e torturar prisioneiros iraquianos.
É esta a notícia que corre o mundo (à excepção de Portugal, onde só se fala dos casos quentes da justiça).

Face a esta notícia várias questões se devem colocar:

1- Será que ainda ninguém tinha dado por isso? O primeiro-ministro inglês diz-se "chocado" mas, em que mundo é que ele vive? Todos nós vemos diariamente a forma como o povo iraquiano é tratado pelas tropas da ocupação. Todos vimos a foto de um pai preso a acalmar o filho bebé. Todos nós nos damos conta do descontentamento e descontrolo que se vive naquele país.

2- Surpresa? Francamente depois de Guantanamo nada mais me pode surpreender. Por um lado, o governo norte-americano assume-se contra a ditadura. Por outro lado, mantém presos centenas de pessoas (incluíndo crianças) em condições desumanas, sem direito a advogado, sem saberem do que são acusadas, e sujeitas a tortura e humilhações diárias.

3- Não se deve julgar um exército inteiro por este "incidente"? Não, claro que não. Mas já é altura de julgar os que nos mentiram em relação aos motivos da guerra e, pedir-lhes justificações para intervenção armada. E exigir à justiça que julge os mentirosos. Ou será que a justiça só dá para os lados de uns?

O chocante da problemática do Iraque não são "apenas" estas fotografias. Mas o caos em que se deixou um país e os seus cidadãos que não tinham culpa nenhuma de serem "governados" por um anormal que em tempos serviu o regime norte-americano.

quinta-feira, abril 29, 2004

Agradecimentos II

(Desta vez são a sério)

Quero agradecer, sinceramente, todos os mails que me chegaram na sequência do post anterior.

Vou responder a todos individualmente por e-mail. E irei também enviar-vos a reportagem.
(Só ainda não o fiz porque tenho andado doentita)

Mas aqui fica o meu sincero OBRIGADA!

PS: Em especial ao Jonas que até fez um post sobre o assunto (como tem feito para tantas coisas aqui escritas)

terça-feira, abril 27, 2004

Preciso da vossa ajuda

Preciso da vossa ajuda!

Estou a fazer uma reportagem sobre o pessimismo na juventude: falta de perspectivas de futuro, desemprego, etc.

Preciso da vossa ajuda, colaborem com e-mails para coisasdemiuda@hotmail.com

Um programa para a Catarina

Acordar de manhã bem cedo num ambiente quente.
Comer um pequeno-almoço recheado de tradições eslavas.

Enfrentar o frio da rua. Sentir no corpo o choque entre o calor, de uma casa constantemente aquecida, e o frio provocado pela neve.

Caminhar pelas ruas, como se fosse um típico filme de guerra fria.

Ver as paisagens, os prédios, os rios, os monumentos que ficam do antigo lado de lá.

Rolar na neve e senti-la a cair em cima de nós.

"Matar" o dia com um gelado (sim, apesar do frio).

Viver todos os dias como se estivessemos em Praga.

Olá Brasil!

Este canto já tinha chegado ao Brasil há uns tempos lembram-se?

Há poucos dias fiz uma nova amiga nestas andanças:)

A todos os que me lêm do outro lado do mundo:

- Obrigada
- Mandem e-mail.

Beijinhos,
Carolina

domingo, abril 25, 2004

Grândola, Vila Morena

"Grândola vila morena

Terra da fraternidade

O povo é quem mais ordena

Dentro de ti ó cidade



Dentro de ti ó cidade

O povo é quem mais ordena

Terra da fraternidade

Grândola vila morena



Em cada esquina um amigo

Em cada rosto igualdade

Grândola vila morena

Terra da fraternidade



Terra da fraternidade

Grândola vila morena

Em cada rosto igualdade

O povo é quem mais ordena



À sombra duma azinheira

Que já não sabia a idade

Jurei ter por companheira

Grândola a tua vontade



Grândola a tua vontade

Jurei ter por companheira

À sombra duma azinheira

Que já não sabia a idade."

Zeca Afonso

"E asprio, unicamente, à liberdade"

Era assim que Antero de Quental terminava um dos seus poemas.

Com esta frase quero sugerir uma leitura pelos blogs da Cláudia, do Jonas, e do meu blogbrother, que têm posts muito bonitos sobre este dia.

Marcas deste dia

Este dia deixa-me sempre marcas. Este ano não foi exepção. Aqui ficam elas, tendo como pano de fundo a poesia de Sophia.

"Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo."


Sophia de Mello Breyner Andersen

1ª marca - ver os trabalhadores da Sorefame a desfilar na Av. da Liberdade. Levam cravos vermelhos, os cravos da esperança a poucos dias de entrarem no desemprego.

2ª marca - ver a esquerda (toda de braço dado) a encabeçar o desfile.

3ª marca - um homem a pedir esmola no passeio.

4ª marca - a Filipa, nascida muito depois da Revolução.

5ª marca - o dia. O sol a bater nos ombros e, a sensação que é única de descer aquela avenida.

6ª marca - o futuro. Os bébes que desfilaram com cravos neste dia.

O meu 25 de Abril

Nasci dez anos depois da Revolução, numa época de democracia, e como alguns dizem politicamente mais calma. Mas na minha casa nunca foi assim. Cresci a ouvir falar de política. Fiz muitos desenhos durante reuniões partidárias. Adormeci no colo dos meus pais a ouvir falar de esquerda e de direita, e do rumo do país, do desenvolvimento, do atraso... E do 25 de Abril.

Quando se falava no 25 de Abril, falava-se de luta, de resistência, de não desistir. Como se se tivesse medo que a não participação fosse, por algum momento, vista como derrota.
No espírito dos que me criaram estava sempre Abril.

A palavra não representa o que sinto, isso é mais forte!

Mas desde há 20 anos que faço este caminho.
Caminho pelo meio da multidão heterógena, coberta de cravos, a gritar palavras de ordem com uma força imensa como se lhes fossem voltar a tirar a voz.

Vou continuar a fazer o caminho.

Este dia é mais do que a celebração da data.
Para mim dá-me esperança, todos os anos, que é possível melhor.

E assim volto a adormecer, embalada pelos sonhos que me diziam quando em criança me embalavam.

sábado, abril 24, 2004

Agora somos assim

Abril de sim, Abril de Não

Eu vi Abril por fora e Abril por dentro
vi o Abril que foi e Abril de agora
eu vi Abril em festa e Abril lamento
Abril como quem ri como quem chora.
Eu vi chorar Abril e Abril partir
vi o Abril de sim e Abril de não
Abril que já não é Abril por vir
e como tudo o mais contradição.
Vi o Abril que ganha e Abril que perde
Abril que foi Abril e o que não foi
eu vi Abril de ser e de não ser.
Abril de Abril vestido (Abril tão verde)
Abril de Abril despido (Abril que dói)
Abril já feito. E ainda por fazer.


Manuel Alegre

Depois assim

Somos Livres


Ontem apenas
fomos a voz sufocada
dum povo a dizer não quero;
fomos os bobos-do-rei
mastigando desespero.
Ontem apenas
fomos o povo a chorar
na sarjeta dos que, à força,
ultrajaram e venderam
esta terra, hoje nossa.

Uma gaivota voava, voava,
assas de vento,
coração de mar.

Como ela, somos livres,
somos livres de voar.

Uma papoila crescia, crescia,
grito vermelho
num campo cualquer.

Como ela somos livres,
somos livres de crescer.

Uma criança dizia, dizia
"quando for grande
não vou combater".

Como ela, somos livres,
somos livres de dizer.

Somos um povo que cerra fileiras,
parte à conquista
do pão e da paz.

Somos livres, somos livres,
não voltaremos atrás.

Ermelinda Duarte

Antes era assim

Vampiros


No céu cinzento
Sob o astro mudo
Batendo as asas
Pela noite calada
Vêm em bandos
Com pés de veludo
Chupar o sangue
Fresco da manada

Se alguém se engana
Com seu ar sisudo
E lhes franqueia
As portas à chegada
Eles comem tudo
Eles comem Amtudo
Eles comem tudo
E não deixam nada

A toda a parte
Chegam os vampiros
Poisam nos prédios
Poisam nas calçadas
Trazem no ventre
Despojos antigos
Mas nada os prende
Às vidas acabadas

São os mordomos
Do universo todo
Senhores à força
Mandadores sem lei
Enchem as tulhas
Bebem vinho novo
Dançam a ronda
No pinhal do rei

Eles comem tudo
E não deixam nada

No chão do medo
tombam os vencidos
Ouvem-se os gritos
na noite abafada
Jazem nos fossos
Vítimas dum credo
E não se esgota
O sangue da manada

Se alguém se engana
Com seu ar sisudo
E lhes franqueia
As portas à chegada

Eles comem tudo
E não deixam nada

Zeca Afonso

O caminho

Desde pequena que faço o mesmo caminho. O caminho de todos os anos, e de alguma forma de todos os dias.

Continuamos os três apesar de tudo do mesmo lado do muro. Houve muitos que passaram, mas vocês continuam aí. Seguros, firmes, confiantes e positivos num Estado de Direito, de acesso igual e democrático. Assente na verdade, e confiante no poder.

Amanhã, sei porque vou fazer o caminho: pelo passado, pelo presente, e pelo futuro.

PS: Obrigada

Este post é dedicado à M. e ao P.


Uma nova geração

Somos de outra época. Não nascemos no calor da revolução nem somos filhos de uma madrugada fria.

Nós, viemos depois. O país vivia ainda (como sempre?) uma época conturbada.
Os nossos pais iam desanimando com a evolução do país. O Portugal que conhecemos é outro. Marcado por guerras, e por disputas... Diferentes das de antigamente.
Chegámos já depois do Verão Quente, num Portugal que continua a ter abismos entre as terras, entre as gentes.

Somos a 1ª geração nascida completamente em Liberdade. Sabemos aquilo que os mais velhos nos contaram. Lemos nos livros a história de um dia, em que um conjunto de homens quis: acabar com a guerra e dar ao povo o direito de escolher quem o representa.

De alguma maneira somos a geração de Abril. Não dos dias a seguir. Mas dos dias em que temos obrigação de continuar a lutar. A lutar por um país que ainda tem muito a evoluir...

Para A, A.R, C, ACM, R, D, S, J, I, ....

Para os que não sabem

Na Santa Terrinha há sugestões sobre o 25 de Abril.

Grândola, Vila Morena

Grândola vila morena

Terra da fraternidade

O povo é quem mais ordena

Dentro de ti ó cidade



Dentro de ti ó cidade

O povo é quem mais ordena

Terra da fraternidade

Grândola vila morena



Em cada esquina um amigo

Em cada rosto igualdade

Grândola vila morena

Terra da fraternidade



Terra da fraternidade

Grândola vila morena

Em cada rosto igualdade

O povo é quem mais ordena



À sombra duma azinheira

Que já não sabia a idade

Jurei ter por companheira

Grândola a tua vontade



Grândola a tua vontade

Jurei ter por companheira

À sombra duma azinheira

Que já não sabia a idade



Zeca Afonso

Está a chegar!

Mais logo vou ouvir Zeca Afonso, repetir as conversas de todos os anos, emocionar-me com as histórias, falar dos "ses"... E gritar bem alto LBERDADE!

ELA está a chegar!

quinta-feira, abril 22, 2004

Neste dia de festa...

Neste dia de festa:

- Que os teus sonhos se realizem
- Que a alegria inunde a tua vida
- Que as quedas sejam amparadas


... Enfim, neste dia de festa que a tua felicidade se comprometa a acompanhar-te o ano inteiro.

PARABÉNS!!!

Um beijinho Rute!

Guerra Infinita

A questão da Palestina.
Esta zona foi ocupada entre 65 a.C. e 135 d.C., tendo sido depois ocupada por muçulmanos, depois sofreu as cruzadas, e posteriormente foi ocupado pelo império Otomano até à I Guerra Mundial. Com a sua derrota, desapareceu o império e foi preciso re – organizar a Palestina e esta passou a ser uma espécie de colónia do Reino – Unido , era um protectorado britânico. Nesta altura tentou-se impor um estado israelita para subverter os muçulmanos.
Ao mesmo tempo, surge o sionismo, movimento nacionalista judaico que defendia um lar para os judeus, e acabou por assumir uma luta armada. Quem se opunha eram os árabes, o que desde sempre provocou conflitos.
Durante a II Guerra os judeus foram perseguidos e muitos milhões foram mortos, o que fez com que, depois da guerra as potências mundiais aceitaram a criação de um estado judaico, que ia na linha do movimento sionista.
Foram pensados vários locais, mas os judeus queriam na Palestina por uma razão histórica – a chamada “terra prometida”. E foi criado um estado judaico com o apoio da ONU.
A ONU apresentou em 1947, um projecto para dois estados: os judeus aceitaram a proposta e os árabes não, por não concordarem com os territórios que lhes eram atribuídos.
A 14 de Maio, estabelece-se o dia da independência de Israel, e logo no dia 15 começa a 1ª guerra, que é conhecida como a guerra da independência, na qual, Israel saiu vencedor.
Em 1956, surge um novo conflito devido à nacionalização do canal do Suez( que liga o mar vermelho ao mar Mediterrâneo), feita por Nasser do Egipto, e quem resistiu foram os israelitas, a França e a Grã – Bretanha que tinham empresas a controlar o canal. Com a vitória Israel, ocupa a Faixa de Gaza e a Península do Sinai.
Em 1967, surgiu outra guerra – a dos 6 dias, que altera a configuração do mapa da Palestina, que foi um exemplo de vitória militar, já que, antes da guerra Israel lançou uma campanha aérea sobre as bases dos países que se preparavam para atacar. Na eminência de um conflito atacaram antes de serem atacados. E ocuparam os Montes Golan, a Cisjordânia, a Jordânia Oriental, o resto da Faixa de Gaza, e o deserto do Sinai.
Ocupava os territórios que os palestinianos não quiseram e impôs a sua ordem. Os Montes Golan têm uma grande importância, pois, é de onde sai a água, que é um bem escasso na região, e para manter o acesso à água é essencial controlar esta área.
Em 1973, os árabes atacaram os judeus num dia festivo numa tentativa de tentar inverter o que aconteceu em 67, mas Israel saiu novamente vencedor. Facto que levou a que os preços do petróleo disparassem, dando origem a uma crise económica, levando assim ,as grandes potências a envolverem-se na resolução do problema.
É então em 78, que se assinam os acordos de paz, em Camp David, entre o Egipto e Israel, no qual, é devolvido o deserto do Sinai – há um esforço para a paz.
Deste modo, os EUA e a comunidade internacional intensificaram a pressão para resolver o problema, mas nunca apostaram na criação de um estado palestiniano, dando primazia à sobrevivência de Israel e à normalização das relações.
Israel definiu novos adversários: o Líbano ( no sul estava sediada a OLP, organização de libertação da Palestina), a OLP, e o Iraque ( em 81 descobriu e destruiu um reactor nuclear que estava a ser realizado com a ajuda dos franceses). Por isso, em 82, atacam o sul do Líbano para destruir a sede da OLP. E ocuparam o sul do Líbano, que por sua vez, contra os outros árabes, estabeleceu um acordo contra o terrorismo da OLP.
Em 1987, começa e intifada, que é a subversão palestiniana à ocupação judia nos territórios árabes desde 67. Como não têm com que combater esta “guerra” é feita com pedras, pois a disparidade de meios entre israelitas e palestinianos é muita.
A comunidade internacional procura relançar um processo de paz, através da Conferência de Madrid. Contudo há obstáculos à negociação, há a falta de um interluctor do estado palestiniano já que Israel se recusa a aceitar Arafat, há uma dificuldade porque as duas partes não se reconhecem mutuamente, mas acabaram por se reconhecerem para negociar em 93.
Os acordos de Oslo, são o segundo passo positivo na estabilidade do Médio – Oriente, depois de Camp David. Mas a OLP não podia ser reconhecida, e nasce a autoridade palestiniana e assume – se como um estado palestiniano independente, tem como objectivo o fim do terrorismo, e a recuperação dos territórios.
Entra-se num período de acalmia e em 94 Shimon Perez e Arafat recebem o Nobel da Paz.
Este período de acalmia é comprometido com a morte de Yitzhak Rabin . O líder israelita era muito prestigiado e estava a ser acusado de pró- árabe, e entraram no jogo as facções radicais dos dois lados. Estas facções não querem concepções, nem negociações com o adversário. O líder israelita foi morto por um fundamentalista judeu, o que comprometeu o processo de paz e trouxe o regresso do terrorismo.
Clinton tentou regressar às negociações mas não foi bem sucedido, pois, subiu a direita ao poder em Israel, e o terrorismo voltou a atacar.
No entanto, têm havido vários passos para a negociação de paz. No ano passado a Rússia, a U.E. e os EUA criaram um roteiro para o Médio – Oriente. Previa o fim dos atentados terroristas, a normalização da vida dos palestinianos, a reforma das instituições, o congelamento dos colonatos judeus, incluindo o crescimento natural das comunidades judaicas na Faixa de Gaza. Estabelece duas fases: até ao fim de 2003, teria de ser criada e aprovada uma Constituição palestiniana e o estabelecimento de fronteiras provisórias do estado de Israel e da Palestina. Em 2005, terão de se resolver as questões pendentes, como a delimitação definitiva das fronteiras da Palestina e Israel, e a criação de um estado palestiniano independente e viável ao lado de um estado de Israel seguro.
Há um esforço para solucionar o problema, apesar de o novo primeiro ministro Abu Mazen ser considerado um peão dos EUA, e os palestinianos preferem Arafat. O Ezebolah diz que se vai assistir a um novo conflito: os que querem e os que não querem negociar, dos dois lados do conflito. Este pode vir a ser um problema.
Os palestinianos vão aceitar menos do que o que tinha sido proposto em 1947, tudo para terem paz.











terça-feira, abril 20, 2004

Abril com "R"

«Trinta anos depois querem tirar o r
se puderem vai a cedilha e o til
trinta anos depois alguém que berre
r de revolução r de Abril
r até de porra r vezes dois
r de renascer trinta anos depois


Trinta anos depois ainda nos resta
da liberdade o l mas qualquer dia
democracia fica sem o d.
Alguém que faça um f para a festa
alguém que venha perguntar porquê
e traga um grande p de poesia.


Trinta anos depois a vida é tua
agarra as letras todas e com elas
escreve a palavra amor (onde somos sempre dois)
escreve a palavra amor em cada rua
e então verás de novo as caravelas
a passar por aqui: trinta anos depois.»


Manuel Alegre


Cartazes e mais cartazes

Lisboa (e penso que o mesmo se deve passar noutras cidades) está cheia de cartazes. Uns a seguir aos outros.

A moda veio com o PSD, quando era oposição, e instalou-se com Pedro Santana Lopes como Presidente da Câmara Municipal de Lisboa. PSL tem cartazes para tudo. Para: o túnel do Marquês, para os buracos, para os prédios, para os jardins, etc... Pagos, devidamente, pela autarquia. Sim, porque o dinheiro que eu pago serve para colocar cartazes que favorecem o poder instituido.

Agora a oposição descobriu esta "arma de destruição política".
Dizem que o populismo só se combate com populismo. Eu não concordo.
Não considero que seja pelos cartazes que se faz algo pelo país, pela cidade. Quando digo isto respondem-me que tem de ser, que é maneira de se combater a propaganda laranja.

Eu não gosto de cartazes, essa é aliás uma das razões pelas quais fico enjoada em todas as eleições. Mas, admito que neste país os cartazes ainda têm influência em muita gente.

O PS pode ter, na minha humilde opinião, os melhores cartazes mas não acho que precissasse deles.

segunda-feira, abril 19, 2004

Sugestões da Semana II

Uma peça de teatro: O mocho e agatinha. As peripécias de dois vizinhos com hábitos diferentes. Simão Rubim e Vanessa Agapito representam os papéis de Barbra Streisand e George Segal interpretaram no grande écran, quando a peça de Bill Manhoff foi adaptada ao cinema nos anos 70.

Um livro:O processo de Kafka. O senhor K. vê-se envolvido num misterioso processo. Cada porta que se abre é uma porta que se fecha. Uma obra sempre actual, de um verdadeiro génio.

Um filme:21 Gramas. Ainda em cartaz em poucas salas de cinema. Qual será o peso da morte?

Um suplemento:Inimigo Público. Hilariante. Notícias fictícias que podiam ter acontecido. Às sextas-feiras com o Público.

Um cd:Foreign sounds. Caetano Veloso interpreta músicas americanas, ao seu estilo.

A preguiça é um bicho feio...

Aos meus amigos bloggers:

Há por aí uns meninos como este, e este, e este. Que foram atacados pelo bicho da preguiça!

Vá lá voltem a blogar que nós por cá sentimos a vossa falta.

Isto é a Paz?

O mundo assiste, impávido e sereno, ao terrorismo de estado em Israel.

O roteiro de paz está morto. Não é pela eliminação de líderes do Hamas, nem pela humilhação que se vai chegar à paz na terra santa.
É engraçado, sem ter graça nenhuma, o nome: Terra Santa!
Uma região do mundo considerada sagrada para várias religiões é, um dos palcos mais sangrentos do mundo.

(Amanhã publicarei aqui a história do conflito israel-palestiniano, hoje vou me afastar dessa discussão.)

Será alguém capaz de imaginar que se pode alcançar a paz num clima como o que se vive actualmente na Palestina.
Ou iremos inventar um novo conceito: paz à força toda!

Por razões pessoais este é um assunto muito delicado para mim. Não gosto de falar sobre isto.
Por isso, hoje, fico-me por aqui!

domingo, abril 18, 2004

Haiti


"Quando você for convidado pra subir no adro da Fundação Casa de Jorge Amado
Pra ver do alto a fila de soldados, quase todos pretos
Dando porrada na nuca de malandros pretos
De ladrões mulatos
E outros quase brancos
Tratados como pretos
Só pra mostrar aos outros quase pretos
(E são quase todos pretos)
E aos quase brancos pobres como pretos
Como é que pretos, pobres e mulatos
E quase brancos quase pretos de tão pobres são tratados
E não importa se olhos do mundo inteiro possam estar por um momento voltados para o largo
Onde os escravos eram castigados
E hoje um batuque, um batuque com a pureza de meninos uniformizados
De escola secundária em dia de parada
E a grandeza épica de um povo em formação
Nos atrai, nos deslumbra e estimula
Não importa nada
Nem o traço do sobrado, nem a lente do Fantástico
Nem o disco de Paul Simon
Ninguém
Ninguém é cidadão
Se você for ver a festa do Pelô
E se você não for
Pense no Haiti
Reze pelo Haiti

O Haiti é aqui
O Haiti não é aqui

E na TV se você vir um deputado em pânico
Mal dissimulado
Diante de qualquer, mas qualquer mesmo
Qualquer qualquer
Plano de educação
Que pareça fácil
Que pareça fácil e rápido
E vá representar uma ameaça de democratização do ensino de primeiro grau
E se esse mesmo deputado defender a adoção da pena capital
E o venerável cardeal disser que vê tanto espírito no feto
E nenhum no marginal
E se, ao furar o sinal, o velho sinal vermelho habitual
Notar um homem mijando na esquina da rua sobre um saco brilhante de lixo do Leblon
E quando ouvir o silêncio sorridente de São Paulo diante da chacina
111 presos indefesos
Mas presos são quase todos pretos
Ou quase pretos
Ou quase brancos quase pretos de tão pobres
E pobres são como podres
E todos sabem como se tratam os pretos
E quando você for dar uma volta no Caribe
E quando for trepar sem camisinha
E apresentar sua participação inteligente no bloqueio a Cuba
Pense no Haiti
Reze pelo Haiti

O Haiti é aqui
O Haiti não é aqui"


Gilberto Gil &Caetano Veloso

quinta-feira, abril 15, 2004

Aquela época do ano...

Estou naquela altura do ano em que já só penso no mar.
Não é que não deseje praia o ano inteiro, nada disso, mas nesta altura começo a contar os dias para poder senitr a água salgada.

Cheguei àquela época, em que sinto necessidade de estar deitada na areia, com o sol a bater no meu corpo e a ouvir ao fundo as ondas a bater.

Vou acabar o post por aqui. É melhor... (Mas vou continuar a contar o tempo.)

Até lá ficam as Ondas de Sophia Mello Breyner Andersen


As Ondas

"As ondas quebravam uma a uma

Eu estava só com a areia e com a espuma

Do mar que cantava só para mim".

quarta-feira, abril 14, 2004

Ideias engraçadas!

1- Encontrei um blog muito giro sobre o 25 de Abril. Tem fotografias e curiosidades diferentes das que são contadas todos os anos.

2- O Barnabé, um blog que eu gosto muito, vai dar no dia 25 de Abril espaço aos leitores. Podem enviar textos sobre a Revolução, com um máximo de 1000 caracteres, para o mail do blog.

3- Os links já se encontram na coluna da esquerda!

Hello again!

O Sérgio ouviu-nos e a Estupidologia está de volta!

"Aqui Posto de Comando"

Esta é uma iniciativa de Paulo Querido de fazer uma espécie de ligação entre todos os posts que são feitos sobre o 25 de Abril.
Está tudo no link da esquerda!

terça-feira, abril 13, 2004

Liberdade

Pedro está deitado. Tem os olhos fechados, a cela escura e fria não o convida a abri-los. O tempo faz com que se habitue todos os dias a uma rotina triste e vazia.
Todos os dias depois de escrever e caminhar, é isto que faz. Deita-se, fecha os olhos, e pensa. Pensa nela, na filha.
Os dias turbulentos que vive não o fazem pensar e querer outra coisa senão estar com a pequena Maria e abraçá-la. Para ele nada mais importa. Tudo o resto é acessório. Os motivos que o levaram para aquele sítio, o que o acusam de fazer. Apenas lhe importa vê-la.
O desejo e o sonho de ver a filha fazem-no, por momentos, esquecer que não conhece o presente e futuro. Não sabe como entrou, e não sabe quando sairá dali. E tudo o que o acusam é para ele uma incógnita.
Quando pensa em Maria vê-a pequenina nos braços da mãe, ainda bebé. Sente o cheiro do suor que as brincadeiras no jardim lhe provocavam. Lembra-se das histórias contadas antes de adormecer.
E por breves instantes, imagina-a ali, a brincar com ele, a mostar as bonecas, a contar as novidades do cachorinho que recebeu no 6º aniversário, e a dizer que é uma criança feliz. Quando abre os olhos espera-o a dura realidade de quem vive privado. Privado da família, dos amigos, da profissão, do amor, do carinho, dos sentimentos.
A dura realidade de um processo Kafkiano. No caminho desse processo, cada porta que se abre é uma porta que se fecha.
Sabe que perdeu a vida. Sabe que tudo será diferente. Sabe que tudo mudou. Sabe que é mais um esquecido no totalitarismo de um regime.
Mas também sabe que quando fecha os olhos e pensa na filha, é o mais livre de todos os Homens!

Fica estupidologia!

Na sequência de um post de Ontem (Atenção) os mails e os posts não pararam a pedir a continuidade para a Estupidologia.
Assim, vou aqui deixando algumas mensagens!
Continuem a enviar.



Este post é inteiramente roubado do blog 7meses.blogspot.com


Petição pela Estupidologia
Os elementos deste blog querem contribuir com o seu nome e o seu apelo para a petição da Estupidologia de forma a que o Sérgio, Estupidologista de primeiro plano a nível mundial, continue a aprofundar a sua contribuição para a ciencia Estupidológica no blog "Estupidologia".

Racional Esquizo - A tua contribuição para a ciencia não pode parar, tens de aprofundar os teus estudos estupidológicos, nomeadamente a caracterização da Estupidologia Global.

Sensibilidade Esquizo - Sérgio, por favor, não vás, sem a tua luz a vida de muitos de nós jamais será a mesma!

Pecado "Depravado" Mortal Esquizo - Não vás pá!!!! Depois quem é que me dá as moradas dos sites porno das mobílias pá!?!?!?!

Cromo Esquizo - O teu site tem tanta coisa interessante, era um desperdício que ele acabasse, se fosse a ti punha ainda mais coisas, como por exemplo uma secção p+ara as revistas cor-de-rosa, outra para os jornais, outra...há! e a janela que aparece no início também é muito gira!

ALI K - Ya man! dêxa prá lá ás priocupáção e vêm áqui curtir à jájá man...Yeeeeeah man...Teu blogui é dredi man, tem muta dáma dá márgem sul...dáma bouá, né?...tássi bê...

segunda-feira, abril 12, 2004

CATARINA EUFÉMIA

"O primeiro tema da reflexão grega é a justiça

E eu penso nesse instante em que ficaste exposta

Estavas grávida porém não recuaste

Porque a tua lição é esta: fazer frente



Pois não deste homem por ti

E não ficaste em casa a cozinhar intrigas

Segundo o antiquíssimo método oblíquo das mulheres

Nem usaste de manobra ou de calúnia

E não serviste apenas para chorar os mortos



Tinha chegado o tempo

Em que era preciso que alguém não recuasse

E a terra bebeu um sangue duas vezes puro



Porque eras a mulher e não somente a fêmea

Eras a inocência frontal que não recua

Antígona poisou a sua mão sobre o teu ombro no instante em que morreste

E a busca da justiça continua."




Sophia de Mello Breyner Andersen

Um jornal de referência

Esse grande órgão de informação que é o Correio da Manhã apresenta a seguinte sondagem na sua página na internet:

DAVID BECKHAM: Acredita que o jogador do Real Madrid cometeu adultério?
SIM
NÃO


Sim, eu sei. De um pasquim como este não se pode esperar outra coisa. Mas, estava à espera de uma sondagem do género:

Pedro Namora: Acha que o advogado devia ir à televisão todos os dias, ou dia sim - dia não?
Sim
Não

Sugestões da Semana (I)

Agora que decidi armar-me em comentadora, vão ter posts destes todas as semanas.

Esta semana sugiro:

Um livro: Rafael de Manuel Alegre. O nome Rafael, não é apenas um nome de luta, é uma comparação com o navegador português do livro Utopia, que guiou Thomas More numa viagem a um mundo verdadeiramente igual. Assim, o deputado socialista guia o leitor na descoberta de uma utopia de Abril. Fundamental neste mês.

Uma exposição: Zoom na Culturgest de Lisboa até 6 de Junho. Uma exposição que aborda as práticas artíticas indianas nos dias de hoje.

Uma peça de Teatro: A hora do Gato no Centro de Artes de Lisboa. Uma comédia escrita por Rosa Lobato de Faria, onde Maria Henriques e Heitor Lourenço representam dois vizinhos problemáticos, que vão manter uma relação de amor-ódio.

Um cd: Feels like home de Norah Jones. A continuidade da qualidade de Come away with Me.

Um filme: Brother Bear, ou, na brilhante tradução em português Kenai e Koda. Perfeito para o mais pequenos e, nostálgico para os maiores. Uma história de partilha, amor, e sabedoria, desenhada ainda a lápis e papel como nos velhos tempos.

Uma coluna: O autor do blog Ponto Media dá pistas sobre media no Público todos os sábados.

Atenção!!!

Como leram no post anterior, o Sérgio pretende acabar com a estupidologia!
São muitas as reclamações na minha caixa de e-mail, em especial a do Tiago, que teve a ideia de se fazer um abaixo-assinado contra o encerramento do estupidologia.

Todos os que gostam dos posts estupidológicos e que não querem que acabem enviem um mail para coisasdemiuda@hotmail.com.

Assim, vamos tentar convencer o Sérgio a não acabar com o blog!

Vou dando notícias sobre este assunto!

sexta-feira, abril 09, 2004

Até breve Sérgio!

A estupidologia saiu quinta-feira da blogoesfera. É uma pena mas, é assim a vida.

Quando criei um blog, nunca imaginei que ia contagiar tanta gente. O Sérgio foi o primeiro a se fartar de me ouvir dizer eu tenho um blog; um tenho um blog! E pronto, sucumbiu à tentação!

A partir de agora já não me vou desmanchar a rir com aquilo que o Sérgio escrevia. Foram muitas as vezes que chorei a rir com a estupidologia...

Tenho pena desta partida. Ficam as memórias e, o espaço para voltar!

Obrigada por me teres lido.
Obrigada por me teres feito rir.
Obrigada por me ensinares a fazer links.
Obrigada por me teres instalado um contador.

Até breve!

PS: Espero que mais ninguém entre na onda das partidas!

A Rapariga do País de Abril

"Habito o sol dentro de ti
descubro a terra aprendo o mar
rio acima rio abaixo vou remando
por esse Tejo aberto no teu corpo.

E sou metade camponês metade marinheiro
apascento meus sonhos iço as velas
sobre o teu corpo que de certo modo
é um país marítimo com árvores no meio.

Tu és meu vinho. Tu és meu pão.
Guitarra e fruta. Melodia.
A mesma melodia destas noites
enlouquecidas pela brisa no País de Abril.

E eu procurava-te nas pontes da tristeza
cantava adivinhando-te cantava
quando o País de Abril se vestia de ti
e eu perguntava atónito quem eras.

Por ti cheguei ao longe aqui tão perto
e vi um chão puro: algarves de ternura.
Qaundo vieste tudo ficou certo
e achei achando-te o País de Abril."



Manuel Alegre

Boa Páscoa!

Tal como o Natal, também a Páscoa tem diversos significados, dependo da fé em que se acredita.

No mundo em que vivemos não vale a pena olharmos para o que a Páscoa significa para cada um de nós. Mas sim, o que deveria significar para todos...

Esta é uma daquelas alturas em que se junta a família e os amigos, em que se troca ternura e chocolates. Mesmo que o mundo lá fora continue assim...

Desejo-vos a todos uma Boa Páscoa, repleta do melhor que a vida tem (a família e os amigos). E se a vossa Páscoa for realmente boa que se estenda pelo resto do ano...

Boa Páscoa!!!

quarta-feira, abril 07, 2004

ENQUANTO

"Enquanto houver um homem caído de bruços no passeio

e um sargento que lhe volta o corpo com a ponta do pé

para ver como é;

enquanto o sangue gorgolejar das artérias abertas

e correr pelos interstícios das pedras,

pressuroso e vivo como vermelhas minhocas despertas;

enquanto as crianças de olhos lívidos e redondos como luas,

órfãs de pais e de mães,

andarem acossadas pelas ruas

como matilhas de cães;

enquanto as aves tiverem de interromper o seu canto

com o coraçãozinho débil a saltar-lhes do peito fremente,

num silêncio de espanto.

rasgado pelo grito da sereia estridente;

enquanto o grande pássaro de fogo e alumínio

cobrir o mundo com a sombra escaldante das suas asas

amassando na mesma lama de extermínio

os ossos dos homens e as traves das suas casas;

enquanto tudo isto acontecer, e o mais que se não diz por ser verdade,

enquanto for preciso lutar até ao desespero da agonia,

o poeta escreverá com alcatrão nos muros da cidade"


António Gedeão

E eu continuo a teimar...

Fui à Beira do Mar



"Fui à beira do mar

Ver o que lá havia

Ouvi uma voz cantar

Que ao longe me dizia



Ó cantador alegre

Que é da tua alegria

Tens tanto para andar

E a noite está tão fria



Desde então a lavrar

No meu peito a Alegria

Ouço alguém a bradar

Aproveita que é dia



Sentei-me a descansar

Enquanto amanhecia

Entre o céu e o mar

Uma proa rompia



Desde então a bater

No meu peito em segredo

Sinto uma voz dizer

Teima, teima sem medo"



Zeca Afonso

30 anos depois estamos cá nós para teimar....

terça-feira, abril 06, 2004

O ministro e a Fome

Bagão Félix admite «pobreza de oportunidades»
O ministro da Segurança Social e do Trabalho comentou esta segunda-feira o estudo publicado a 21 de Março sobre a pobreza em Portugal. Bagão Félix diz que esta situação resulta da falta de oportunidades.

15:44
05 de Abril 04


O ministro Bagão Félix admitiu hoje que existe pobreza em Portugal, mas sustentou que ela deriva da falta de oportunidades, comentando o estudo divulgado pelo jornal «Público» que revelava que 200 mil pessoas passavam fome em Portugal.

«A grande pobreza de hoje não é tanto a pobreza de recursos monetários, é a pobreza das pessoas não terem oportunidades, ou porque não têm emprego, ou vivem sozinhos, ou têm uma iletracia elevada, ou estão numa situação de licença profissional», argumentou.

Bagão Féliz lembrou que o caminho para acabar com a pobreza é lento e concluiu que «a medida moral de uma política mede-se na maneira como trata os seus mais pobres».


Para o nosso ministro da Segurança Social, a fome é uma questão de oportunidade. E que o caminho para se pôr um fim à pobreza é lento, ora o sr. dr. Bagão Félix e os seus colegas cometeram a proeza de tornar esse caminho ainda mais complicado.

A realidade é que ao fim de dois anos o país está muito pior.... Mas não há crise porque cumprimos o limite do déficit.

PS: Eu ia comentar palavra por palavra o discurso do nosso ministro mas estou tão irritada que vou fazê-lo noutra altura.

segunda-feira, abril 05, 2004

A fotografia

Fotografia

do Gr. phôs, photós, luz + graph, r. de graphein, desenhar


s. f.,
arte de fixar numa chapa sensível, por meio da luz, a imagem dos objectos;

fig.,
cópia fiel;

retrato.




Gosto muito de fotografia. Confesso que não sei tirar decentemente, mas gosto muito, muito, mesmo muito de fotografia.
Sem saber (acho eu) o Jonas enviou-me o site dele de fotografia. Ainda bem! Deixou-me a alma mais leve.
Vou pôr o link na coluna da esquerda, sem autorização dele, espero que me perdoe. Mas merecem ser divulgadas!

Queridos Leitores

Chegou-me hoje mais um mail delicioso de um novo leitor.
É incrível como este cantinho é lido no Brasil! Espero em breve visitar as vossas paisagens!

Quando abri esta janela nunca pensei que pudesse ser lida por mais alguém que não os amigos e os pais. Quanto mais receber e-mails tão bonitos.

É bom este feedback que tenho com os leitores e com os outros bloggers.

Continuem a enviar e-mails, que eu continuo a responder e a escrever.

Obrigada pelo carinho,
Um grande beijo,

Carolina Ferreira Reis

Estou feliz!

Sinto-me um bocadinho como a anfitriã deste cantinho da blogoesfera (modéstia à parte)!
Depois de criar este cantinho descobri o meu blogbrother, (foi ele que me descobriu em boa hora), depois o Sérgio e a Catarina fartaram-se de me ouvir com o blog e criaram também um. A seguir "conheci" o Jonas, através do meu blogbrother, que escreve uns posts que são uma delícia. O Titi e o Rodolfo também não resistiram ao vício.
Agora a Cláudia e o Rui, que eu não conheço, mas desde já desejo as boas-vindas e apresento ao pessoal: Diverte-te, este é o teu novo espaço!

É engraçado ver como "falamos" todos uns com os outros.
Todos os dias chego a casa cansada e cheia de sono, mas com uma vontade enorme de saber o que escreveram. Como foi o vosso dia, se aconteceu alguma coisa de especial, e com vontade de rir, comover e pensar sobre os posts que fazem.
Na correria dos meus dias, isto alegra-me. Funciona como uma luz. Enfim... deixa-me feliz.

Quando não escrevem é uma tortura... Parece que este universo parou e fico desejosa de saber novidades.

Obrigada pelo carinho!
Continuem a escrever!!!

domingo, abril 04, 2004

Weblogs

Entrevistei no outro dia o jornalista António Granado, sobre o livro que escreveu em parceria com Elisabete Barbosa.
É excelente livro sobre blogs, de uma colecção de comunicação muito boa da Porto Editora, segundo o prof.º Joaquim Letria.
O livro fala sobre o aparecimento dos blogs, as inúmeras fontes de exploração que têm, refere blogs interessantes, e dá umas dicas de HTML.
Comprei-o numa livraria na baixa, por apenas 11. Vale a pena!


PS: Já se encontram na coluna da esquerda os links do site e do blog (Ponto Media) do jornalista António Granado.

Quero mais, quero mais...

As adivinhas são muito giras, e perante tal sucesso queremos mais, queremos mais... :)

As minhas escolhas

Tentei criar outro blog que seria uma extensão deste, para falar de temas específicos. Mas por razões técnicas não fui bem sucedida.
Decidi enquadrar aqui as minhas escolhas, afinal este é o meu cérebro na net!
Assim, vou-me armar em comentadora e passar a sugerir livros, espectáculos, textos, etc.
Mas não vou dar nenhuma missa de domingo:)

sexta-feira, abril 02, 2004

Problemas no blog

Tenho andado com uns problemas no blog: o resto da página está em branco, e, perdi um post.
Vou resolver tudo no fim-de-semana e depois regresso!

Até lá!

Abril está na rua

Começa o meu mês preferido.
Este canto acompanha o mês da Liberdade!

Última Página


"Vou deixar este livro. Adeus.
Aqui morei nas ruas infinitas.
Adeus meu bairro página branca
onde morri onde nasci algumas vezes.



Adeus palavras comboios
adeus navio. De ti povo
não me despeço. Vou contigo.
Adeus meu bairro versos ventos.



Não voltarei a Nambuangongo
onde tu meu amor não viste nada. Adeus
camaradas dos campos de batalha.
Parto sem ti Pedro Soldado.



Tu Rapariga do País de Abril
tu vens comigo. Não te esqueças
da primavera. Vamos soltar
a primavera no País de Abril.



Livro: meu suor meu sangue
aqui te deixo no cimo da pátria
Meto a viola debaixo do braço
e viro a página. Adeus."

Manuel Alegre

quinta-feira, abril 01, 2004

Adivinhas

O meu blogbrother tem umas adivinhas fantásticas:)

PS: Tens de fazer mais!!!

Vou Contar-vos

... um segredo! Schiu!
A Cláudia já tem um blog (yes, mais uma) e já começou a blogar.

Postou um poema lindo de Eugénio de Andrade. É Lindo vão lá ver!

Agora a Cláudia vai bloggar como respirar, e assim nunca desistirá....

Bem-Vinda!

Dia das Mentiras

Estive a pensar numa mentira para postar aqui. Vi, por isso, todos os telejornais para ver o que tinham contado. Não consegi perceber a mentira da TVI, é que tenho uma data de hipóteses, adiante...
Com as notícias que para aí vão saindo acho melhor não inventar nada, sob pena de se tornarem verdade...

Mais um ano

E assim se passou mais um ano!
Os relógios, esses agentes do tempo, não perdoam.
A tera completou mais um ano de movimentos.
Tu completaste mais um ano.

Espero que:

- Que a desilusão nunca apanhe os teus sonhos
- Que a luz te ilumine as escolhas
- Que o teu caminho seja feito a dois
- Que o medo não te limite
...

Enfim... Desejo do fundo do meu coração, daquele lugar onde todos os Amigos têm um lugar, que passes pela vida como uma bailarina...

E porque, a amizade se comemora todos os dias aqui vão estas palavras:

"Para uma amigo tenho sempre um relógio
esquecido em qualquer fundo da algibeira.
Mas esse relógio não marca o tempo inútil.
São restos de tabaco e de ternura rápida.
É um arco-íris de sombra,quente e trémulo.
É um copo de vinho com o meu sangue e o sol."


António Ramos Rosa

Para a A. R.



























































































































































Aquele abraço

Estamos de dois lados distintos.
As nossas vidas já não se cruzam todos os dias.

Giramos à volta de diferentes interesses.
Vivemos a vida de maneira diferente.

Porém, há sempre algo nos nossos universos que é comum.
Há sempre alguém que nos aproxima.

E assim voltamos atrás no tempo.
O passado torna-se presente.
E resolvemos as diferenças.

Depois vem o abraço.
Aquele braço!
Forte, amigo, carinhoso...

Mais uma despedida ... a pensar no próximo abraço!

Este post é dedicado a A.

Queridos Leitores

Abri hoje uma nova janela neste universo viciante!Não, esta não está em perigo. Vou continuar aqui, como sempre.

Convido-vos a ir de vez em quando, a um espaço dedicado à escolha de textos, cd´s, poemas, etc.
Não, a poesia e a música vao continuar aqui. Também elas não têm o seu espaço em perigo neste canto.



Obrigada pelo carinho,
Bjs