Coisas de miúda

"E pra começar eu só vou gostar De quem gosta de mim" Caetano Veloso

quarta-feira, junho 30, 2004

Mais nada!

DEIXA VER SE PERCEBI: Portugal vai ficar sem primeiro-ministro mas não se deve escolher um novo porque os eleitores votaram num partido e não num homem. O PSD vai ficar sem presidente e deve escolher-se um novo porque os delegados votaram num homem e não numa lista. Ah, o que eu não dava para ser do PSD e poder eleger livremente um líder... Como português, não tenho esse privilégio.

terça-feira, junho 29, 2004

Recém - Chegado

O Duke da saga urbana (o link já está na coluna da esquerda), é o mais recente membro da blogoesfera.

E logo nos primeiros posts já falou de mim. Pelos vistos, parece que hoje marquei o Pedro - fiquei tão contente quando ele me disse que tinha criado um blog, que acabei por deixá-lo surdo:)

Pois é, Pedro! Eu sou assim!

O Pedro é uma das pessoas que mais me faz rir. E apesar dele já ter dito que o saga urbana não é um blog exclusivamente de piadas, eu sei que vão ler coisas com um óptimo sentido de humor.

Aproveita bem a blogoesfera!

PS: Estou cá para os links:)

A imparcialidade

Carta Aberta ao Presidente da República

Ainda algo atordoado com o terramoto político que caiu sobre Portugal, não quero deixar de lhe pedir, respeitosamente, que, antes de tomar a sua decisão definitiva, pondere os aspectos que a seguir indico:
a) Embora, no plano jurídico-formal, as eleições legislativas tenham apenas por objecto a designação de 230 deputados, a verdade é que uma análise substancial de ciência política mostra claramente que elas tem hoje dois outros grandes objectivos - revelar o peso proporcional dos vários partidos, e escolher um primeiro-ministro. Foi o que se passou com Sá Carneiro em 1979 e 1980, com Mário Soares em 1983, com Cavaco Silva em 1985, 1987 e 1991, com António Guterres em 1995 e 1999, e com Durão Barroso em 2002.
b) Sendo as coisas assim, como são, temos de concluir que as chamadas eleições "legislativas" se transformaram numa escolha popular do primeiro-ministro. É por isso que Maurice Duverger chama democracias "directas" àquelas onde isso acontece, e "indirectas" àquelas onde o primeiro-ministro pode ser escolhido - sem eleições - por novos arranjos parlamentares ou por meras decisões das cúpulas partidárias. Não tenho dúvidas de que Portugal pertence, há pelo menos 25 anos, ao primeiro grupo; e seria muito mau, por várias razões, que deixasse de pertencer.
c) Agora que o primeiro-ministro decidiu voluntariamente apresentar a sua demissão (por motivos que não pretendo discutir aqui), penso que V. Exa. deveria contribuir para manter Portugal como "democracia directa", no sentido especial que a esta expressão dá Duverger. Durão Barroso foi primeiro-ministro em 2002 porque ganhou umas eleições; dado que sai do Governo, e que este cai, o próximo primeiro-ministro deve igualmente ser escolhido através de eleições. Era esta a proposta, lúcida e sábia, de Pierre Mendès-France na sua famosa obra "La Republique Moderne" - onde se defendia, com excelentes argumentos, que a escolha do primeiro-ministro deve pertencer sempre ao eleitorado, e não às "combinações" parlamentares ou aos "directórios" partidários.
d) Acresce que o país está em crise política, económica e social. O próximo Governo precisa de plena legitimidade política. Se Durão Barroso foi escolhido pelo voto de sete milhões de portugueses, deveremos achar bem que o seu sucessor - com todas as dificuldades que vai enfrentar - seja escolhido por 70 dirigentes partidários?
e) Há na nossa Democracia dois precedentes no sentido de não aceitar governos e primeiros-ministros que não tenham saído directamente de eleições: a recusa, pelo Presidente Eanes, do projectado governo de Victor Crespo (AD), em 1983; e a recusa, pelo Presidente Soares, do esboçado governo do PS-PRD, em 1987. É essa a boa prática constitucional portuguesa. E repare-se: no primeiro caso era até a mesma maioria parlamentar que propunha um novo primeiro-ministro dela emanado; só que ela não tinha ido a votos.
f) Dir-me-ão que, em sentido contrário, pode invocar-se o precedente da escolha de Francisco Pinto Balsemão, em 1981, por morte de Sá Carneiro. O caso não tem, contudo, analogia com a situação presente: primeiro, porque o País estava em estado de choque com a morte violenta de Sá Carneiro e Amaro da Costa, o que não era uma atmosfera propícia a eleições; e, depois, porque tinha acabado de haver eleições legislativas dois meses antes, e não faria sentido convocar novas eleições dentro de um intervalo tão curto. Diferentemente, agora, não houve qualquer morte violenta (felizmente); e as últimas eleições já foram há mais de dois anos.
g) É certo, por outro lado, que o País ganha em beneficiar com a estabilidade política e governativa. Mas quem quebrou a estabilidade, neste caso, foi o primeiro-ministro cessante, não foi o Presidente da República, nem o Parlamento. E alguém pode garantir-nos que um novo primeiro-ministro, escolhido sem eleições terá legitimidade política e autoridade institucional suficientes para assegurar estabilidade ao país?
h) Por todas estas razões, permito-me solicitar-lhe Sr. Presidente que dissolva a Assembleia da República e convoque eleições gerais para o Outono; para não converter a nossa democracia em "partidocracia". E que o faça antes de o PSD lhe propor qualquer nome, em concreto para o cargo de primeiro-ministro, de modo a não transformar uma questão de princípio numa questão pessoal.

Hoje no Público.

Até na Europa ele tem a mesma fama...

"Mr Barroso is not credited with having any special talent or vision of how to run the union's demoralised executive and manage its often troubled relations with the member states."

[Não são atribuídos ao Sr. Barroso qualquer talento ou visão especiais acerca de como liderar o desmoralizado executivo da União ou gerir as frequentemente perturbadas relações entre estados-membro.]


The Guardian, via Cartas de Londres.

domingo, junho 27, 2004

Tal como antigamente

Tal como antigamente tal como agora
essa estrela esse muro
esse lento
esse morto
sorrir
nenhum acaso
nenhuma porta
impossível sair

António Ramos Rosa


A dicussão que importa ter

É hilariante e preocupante a última discussão à volta da ida de Barroso para Bruxelas. Deve-se ou não fazer um Congresso do PSD?

Sim o importante para legitimar um governo é a realização de um Congresso e não a realização de eleições!

Substituição a meio do tempo

Agora é assim: substitui-se o Primeiro-Ministro! Já não se usa o antigo sistema do sufrágio universal. Isso é foleiro! Não está na moda!
Em vez disso, convoca-se o Congresso do PSD, e eles tratam de arranjar um substituto (que já todos sabemos quem é) para o lugar de Durão Barroso.
Muito bem, muito democrático!

Agora a sério, a Sampaio não lhe resta outra opção senão convocar eleições antecipadas. Não é possível que Portugal democrático (mas cada vez menos) seja um partido a decidir quem será o próximo Primeiro-Ministro.

Braços abertos

É uma das minhas imagens de criança, de braços abertos andava da minha mãe para o meu pai (ou vice-versa). Não sei a que idade remonta esta imagem, mas sei que em pequena sabia que os braços abertos me levariam aos abraços ternos.
Foi sempre assim... Que me senti no meio de vocês os dois - abraçada por um amor profundo. E é isso que me faz sonhar acordada. Algo forte, resistente a tudo e todos, independente, vertical, e eterno.

Lá no fundo é tudo isso que me comove, e ao mesmo tempo, me move para um sítio melhor do que este onde nos encontramos.






Para o meu pai e para a minha mãe.

Manifestação amanhã

Amanhã em Belém às 19hs vamos exigir o nosso direito de eleger um governo!


Manifestação contra Santana Lopes Primeiro-Ministro, domingo, 19hs!

quarta-feira, junho 23, 2004

Porque perdeu a Espanha?

O jornal El Mundo pergunta no seu site o que fez a Espanha perder o campeonato.
Existem vários motivos, mas o menos votado é "La superior calidad de los
rivales" . Acede à página e vota nesta opção Vamos mostrar aos "nuestros irmanos" que Portugal ganhou porque era o melhor!!


O link é este:
http://www.elmundo.es/eurocopa/2004/debate/2004/06/22/prevotaciones22.html


PS: Passem a palavra

terça-feira, junho 22, 2004

Música

Estava a ouvir Elis Regina, e soprava uma brisa quente, tão típica do Verão.

Enquanto dançava em frente ao espelho, parou. Olhou-se, e viu-se pela primeira vez.

Apanhou o cabelo, e abriu a janela da varanda do quarto. Naquele momento tinha aberto a porta do coração.

Tudo por causa da música...

A despedida

Começam agora as equipas a despedirem-se do Euro 2004. É a parte mais triste, à medida que vão perdendo os jogos vão se embora do país levando o colorido que trouxeram.

No começo foi a mistura: das cores, das bandeiras, dos cachecóis, das línguas, dos cânticos. Agora com a desilusão de muitos começa-se a sentir um vazio.

O Euro dura pouco tempo... E eu já começo a ter saudades.

Publicidade

O momento que se segue é da exclusiva responsabilidade dos seus intervenientes.

Estupidologia Fm - o programa de rádio sensação do ano.

Não, não é 1 programa para estúpidos. Nada disso. É um programa cultural com música clássica, e poemas de Manuel Alegre. Ups, enganei-me esse programa é meu e da Catarina( e neste trabalho ela recusou-se a cantar).

A estupidologia junta três jovens rapazes, na casa dos 20, a falarem dos problemas da nossa sociedade. Por exemplo, do pontapé do Marco a não-sei-quem; da Gisela Serrano; e por aí.... Imaginem! A acompanhar a conversa estupidológica está a música desse grande grupo - Cebola Mole(é um grupo, ou é só uma pessoa?).
Eu que convivo com as três vedetas da rádio, garanto que ninguém pode perder...

Para os espanhóis:

Nha, nha, nhan, nha...

Adiós!

Ah! como te invejo,
pássaro que cantas
o silêncio das plantas
- alheio à tempestade.

Vives sem chão
ao sol a cantar
a grande ilusão
da liberdade...

(... com algemas de ar.)

David Mourão Ferreira

domingo, junho 20, 2004

Parabéns

Sim, eu sei que foi ontem mas só hoje é que me lembrei: Parabéns!
É a chegada aos 60...

A banda


Estava à toa na vida
O meu amor me chamou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor

A minha gente sofrida
Despediu-se da dor
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor

O homem sério que contava dinheiro parou
O faroleiro que contava vantagem parou
A namorada que contava as estrelas parou
Pra ver, ouvir e dar passagem
A moça triste que vivia calada sorriu
A rosa triste que vivia fechada se abriu
E a meninada toda se assanhou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor

O velho fraco se esqueceu do cansaço e pensou
Que ainda era moço pra sair no terraço e dançou
A moça feia debruçou na janela
Pensando que a banda tocava pra ela
A marcha alegre se espalhou na avenida e insistiu
A lua cheia que vivia escondida surgiu
Minha cidade toda se enfeitou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor

Mas para meu desencanto
O que era doce acabou
Tudo tomou seu lugar
Depois que a banda passou

E cada qual no seu canto
Em cada canto uma dor
Depois da banda passar
Cantando coisas de amor

Chico Buarque

A banda divide com Disparada, de Théo de Barros e Geraldo Vandré, o primeiro lugar no II Festival de Música Popular Brasileira, promovido pela Record. A composição é um sucesso imediato, tendo vendido mais de cem mil cópias em uma semana. Saudada com uma crônica por ninguém menos que o poeta Carlos Drummond de Andrade, A banda é imediatamente traduzida para vários idiomas (desde 1978 integra o repertório da Band of Irish Guards, uma das corporações musicais que se apresentam durante a troca de guarda do Palácio de Buckingham, na Inglaterra).

As notícias em Portugal

Pergunta feita por um jornalista a Rodrigo Guedes de Carvalho, durante os Globos de Ouro: E se não exitissem notícias, e tivesses de dizer Hoje não há notícias até amanhã.

Resposta: É assim todos os dias, mas temos de fazer uma hora e meia.

Lisboa pintada às cores

Já estava pronta para o Euro 2004 há muito tempo. Já sabia que Lisboa e Portugal iam sofrer uma invasão de turistas. Já conhecia a fama dos turistas ingleses. Já tinha imaginado os problemas de segurança que podiam surgir com o Euro 2004.

Mas, confesso que fiquei surpreendida com o ambiente que vi quando, pela primeira vez, mergulhei nas ruas de Liboa já em época de Euro 2004. A capital estava pintada de vermelho e branco. E invés do barulho de fundo causado pelos movimentos das pessoas a «correr» de um lado para o outro, ouviam-se cânticos em inglês. Os ingleses provaram que não têm apenas arruaceiros, mas também gente simpática que adora o calor, o sol, e sente «quase» latina por estar num país latino. Foi o meu «baptismo» no Euro 2004.

Apesar de tudo, tem sido engraçado caminhar numa capital da Europa... Que parece ser a capital de um dos mais ricos países da Europa...

sexta-feira, junho 18, 2004

Espírito de sacrífico

De acordo com a SIC, Durão Barroso, é o nome apontado para substituir Romano Prodi em Bruxelas.
Eis que se impõe uma dúvida: deixamos o nosso Primeiro partir para Bruxelas e destruir a União Europeia, e assim ficamos livres dele, ou, enchemos o peito de europeísmo e fazemos o sacríficio de continuar a aguentar o senhor por cá...

Escolha difícil... Mas, já me decidi: que se lixe a U.E. levem lá o homem.

terça-feira, junho 15, 2004

Frase do dia

A diferença entre Portugal e a República Checa é que a República Checa tem o governo em Praga e Portugal tem a praga no governo.



PS: Obrigada Jonas!

segunda-feira, junho 14, 2004

O começar de um novo ciclo

Celebramos hoje a oportunidade de começar um novo ciclo.
Celebramos a esperança na justiça social.
Celebramos o começo de uma utopia?

O dia leve que hoje vivemos, é o primeiro do resto das nossas vidas...


PS: Hoje abri a janela e deixei a esperança entrar!

domingo, junho 13, 2004

O discurso do Durão

Segue o discurso do Durão antes das eleições:

«No nosso partido político cumprimos o que prometemos!
Só os tolos podem acreditar que
não lutaremos contra a corrupção.
Porque se há algo certo para nós é que
a honestidade e a transparência são fundamentais
para alcançar os nossos ideais.
Demonstraremos que é uma grande estupidez achar que
o futebol continuará a influenciar o governo como noutros tempos.
Asseguramos sem sombra de dúvida que
a justiça social será o principal objectivo das nossas acções.
Apesar disso, ainda existem idiotas que fantasiam que
se possa continuar a governar com as artimanhas da velha política.
Quando assumirmos o poder, faremos o impossível para que
se acabem os privilégios e as negociatas.
Não permitiremos de modo nenhum que
continuem as listas de espera nos hospitais e
que as nossas crianças morram de fome.
Cumpriremos os nossos objectivos mesmo que
os recursos económicos se esgotem.
Exerceremos o poder até que
Compreendam que
Somos a 'nova política'.»



Volte agora a ler o mesmo texto, mas de baixo para cima (abstraindo da
pontuação).

PS: Obrigada A.R.

sábado, junho 12, 2004

FORÇA

It is the passion flowing right on through your veins
And it’s the feeling that you’re oh so glad you came
It is the moment you remember you're alive
It is the air you breathe, the element, the fire
It is that flower that you took the time to smell
It is the power that you know you got as well
It is the fear inside that you can overcome
This is the orchestra, the rhythm and the drum

Com uma força, com uma força
Com uma força que ninguem pode parar
Com uma força, com uma força
Com uma fome que ninguem pode matar

It is the soundtrack of your ever-flowing life
It is the wind beneath your feet that makes you fly
It is the beautiful game that you choose to play
When you step out into the world to start your day
You show your face and take it in and scream and pray
You're gonna win it for yourself and us today
It is the gold, the green, the yellow and the grey
The red and sweat and tears, the love you go. Hey!

Com uma força, com uma força
Com uma força que ninguem pode parar
Com uma força, com uma força
Com uma fome que ninguem pode matar

Closer to the sky, closer, way up high, closer to the sky

Com uma força, com uma força
Com uma força que ninguem pode parar
Com uma força, com uma força
Com uma fome que ninguem pode matar

Nelly Furtado.

sexta-feira, junho 11, 2004

A fragilidade humana

Nos últimos dias país foi invadido pela morte. Ou melhor, o país e o mundo, como diria Rodrigo Guedes de Carvalho, já que também morreu Ray Charles.

Num dia um homem de 61 anos tem o mesmo destino que teve, há poucos meses atrás, um jovem de 24 anos. Sucumbiu para a morte depois de uma campanha eleitoral, onde surpreendeu por esbanjar vigor físico. E todos vimos como é ténue a fronteira...
No dia a seguir, outro homem não resistiu à doença. A um cancro que o acompanha há vários meses, mas que não o impediu de continuar a travar as batalhas de sempre, ainda que em silêncio fosse perdendo a derradeira guerra.

Com Sousa Franco o choque vem da rapidez com que a morte o atingiu, como se fosse uma bala. Nunca a velha frase popular «num momento estamos vivos e no outro a seguir estamos mortos» fez tanto sentido.
Com Lino de Carvalho a surpresa vem do conhecimento da doença. Nunca imaginei que enquato dava voz à luta dos trabalhadores da Bombardier contra o encerramento da fábrica, lutasse também pela própria vida.

Normalmente só nos apercebemos do valor da vida, quando «presenciamos» a morte. Só por breves instantes nos apercebemos do quanto devemos aproveitar a vida. Depois desses instantes esse sentimento passa, mas por agora é o que fica.

quarta-feira, junho 09, 2004

Foolish Games

You took your coat off and stood in the rain,
You were always crazy like that
I watched from my window,
always felt I was outside looking in on you
You were always the mysterious one
with dark eyes and careless hair,
You were fashionably sensitive, but too cool to care
Then you stood in my doorway, with nothing to say
besides some comment on the weather
Well in case you failed to notice,
In case you failed to see,
This is my heart bleeding before you,
This is me down on my knees

These foolish games are tearing me apart
You thoughtless words are breaking my heart
You're breaking my heart

You were always brilliant in the morning
Smoking your cigarettes, talking over coffee
You philosophies on art, Baroque moved you,
You loved Mozart and you'd speak of your loved ones
As I clumsily strummed my guitar
You'd teach me of honest things
Things that were daring, things that were clean
Things that knew what an honest dollar did mean
So I hid my soiled hands behind my back
Somewhere along the line I must've gone off track with you
Excuse me, think I've mistaken you for somebody else
Somebody who gave a damn,
Somebody more like myself

These foolish games are tearing me apart
You thoughtless words are breaking my heart
You're breaking my heart

You took off your coat and stood in the rain
you were always like that

Jewel

terça-feira, junho 08, 2004

Amor faz...

(Resposta ao desafio da Miúda)

1. acreditar?

Do you believe in heaven above?
Do you believe in love?
Don't tell a lie,
Don't be false or untrue,
It all comes back to you

Open fire on my burning heart
I've never been lucky in love
My defenses are down,
A kiss or a frown
I can't survive on my own.

If a girl walks in and carves her name in my heart,
I'll turn and run away
Everyday we've all been led astray,
It's hard to be lucky in love.

It gets in your eyes,
It's making you cry
Don't know what to do
Don't know what to do
You're looking for love,
Calling heaven above...

(Chorus)

Send me an angel,
Send me an angel...
Right now,
Right now...
Send me an angel,
Send me an angel...
Right now,
Right now...

Empty dreams can only disappoint,
In a room behind your smile
But don't give up
Don't give up
You can be lucky in love

It gets in your eyes,
It's making you cry
Don't know what to do
Don't know what to do
You're looking for love,
Calling heaven above...

(Chorus)

Send me an angel,
Send me an angel...
Right now,
Right now...
Send me an angel,
Send me an angel...
Right now,
Right now...

2. Chorar?

Well, someone told me yesterday
That when you throw your love away
You act as if you don’t care
You look as if you’re going somewhere
But I just can’t convince myself
I couldn’t live with no one else
And I can only play that part
And sit and nurse my broken heart, so lonely
So lonely, so lonely, so lonely
So lonely, so lonely, so lonely
So lonely, so lonely, so lonely
So lonely, so lonely

Now no-one’s knocked upon my door
For a thousand years, or more
All made up and nowhere to go
Welcome to this one man show
Just take a seat, they’re always free
No surprise, no mystery
In this theatre that I call my soul
I always play the starring role, so lonely
So lonely, so lonely, so lonely
So lonely, so lonely, so lonely
So lonely, so lonely, so lonely
So lonely, so lonely
So lonely
So lonely, so lonely, so lonely
So lonely, so lonely, so lonely
I feel lonely, I’m so lonely, I feel so low
I feel lonely, I’m so lonely, I feel so low

3. Desistir?

Deixo-te voar, pomba branca, deixo-te partir.
Vou rasgar o meu peito e arrancar-te
para nunca mais te sentir.

Estrangulo o sentimento
Amordaço o desejo
Mato a vontade.

Abro a torneira calcinada do coração. Sai!
Destranco a gaiola ferrujenta do peito. Voa! Vai!

Deixo-te voar, pomba branca, deixo-te partir.
Fecho a torneira, tranco as portas,
para nunca mais te sentir.

4. Lutar?

Charles Darwin manteve A Origem das Espécies na gaveta por 20 anos. Temia chocar a mentalidade religiosa dos seus contemporâneos: a teoria da evolução demonstrava, afinal, que o homem é apenas um animal entre outros e, como todos os outros, evoluiu a partir de formas simples, através da seleção natural.

Ao longo do tempo os mais capazes na Natureza vão conseguindo reproduzir-se e perpetuar os seus genes, os fracos morrem e não se perpetuam. A isto Darwin chamou «evoluir».

Todos os animais, até mesmo as lagartixas, selecionam sempre os melhores parceiros para copularem. O Amor é o nome que o Homem inventou para expreessar a vontade de ter alguém.

A porrada por parceiros na savana africana é análoga à sociedade humana.

Quando uma leoa vê um leão forte, astuto, matreiro e que mete medo aos outros, fica claro para ela que o seu filho deve ser dele, pois é ali que residem os melhores genes lá da leãozada. Depois as fêmeas vão querer ser todas fertilizadas por ele, procurando garantir a exclusividade dos seus genes.

Ou então o contrário: há uma fêmea que revela exteriormente a qualidade dos seus genes, que os sabe promover e os machos vão querer fertilizá-la. Por que é que o esperma de um macho mamífero «mata» o do anterior que copulou com a mesma fêmea?

Isto é o Amor em acção. O Amor reduz-se ao fenómeno de desejo psicológico inconsciente de protecção e fidelização de um parceiro para garantir a «posse» dos seus genes. Por isso é que, e como diz a Catarina, o Amor é o sentimento mais egoista que existe.

Os fortes facturam - os humanos bonitos, fortes, ricos, ... enfim, todas as características que possam imaginar que possam garantir a perpetuação da espécie, em função do meio . Quanto aos outros... já dizia o Miguel Esteves Cardoso... o amor é fodido.


Sérgio

Independentemente dos elogios...

Independentemente dos elogios aqui ficam algumas curiosidades sobre sr. Ronald Reagan:

- Deixou ao seu sucessor um défice orçamental gigantesco, devido ao aumento massivo dos investimentos militares e à redução dos impostos dos ricos.

- Aumentou as desigualdades sociais. Maior número de pessoas a viver em situações de pobreza. Maior número de pessoas a viver nas ruas.

- Alimentou as teorias dos pais fundadores da nação Americana.

- Ganhou a Guerra Fria. Discutível. Pode-se debater se foi ele ou a «guerra das estrelas» que derrotaram ou comunismo. Argumentando que o colapso soviético era algo inevitável desde a década de 70.

- Lutou por uma emenda constitucional que proibisse o aborto e procurou cancelar todos os gastos públicos de apoio às mulheres sem recursos para abortar numa clínica privada.

- Recuperou a retórica religiosa, a obrigatoriedade de rezar nas aulas.

- Defendeu o uso livre do porte de arma.

- É admirado por Paulo Portas.

- É admirado por Durão Barroso.

- George Bush é igual a ele.

segunda-feira, junho 07, 2004

60 Anos

(Sim eu sei que foi ontem, mas só hoje tenho tempo para escrever)

Passaram 60 anos desde o dia em que as tropas aliadas desembaracaram na Normandia. Para libertar a França, derrotar a Alemanha e pôr fim ao Nazismo.
Muito se pode dizer acerca dos interesses que moviam os países aliados. A Rússia assinou um pacto não-agressão com a Alemanha Hitleraniana, e só elegeu o III Reich como inimigo quando este o quebrou. Os Estados Unidos só decidiram intervir quando foram atacados em Pearl Harbor. E a Inglaterra, e a própria França só reagiram à ameça da extrema-direita alemã quando a sentiram cada vez mais perto, na invasão da Polónia.

Passando à frente esse «detalhes de real politik», o Dia D representa um marco incontornável da nossa história.

E tem para mim um fascínio incrível. Imagino sempre filas de soldados a desembarcar de lanchas, prontos a travar a maior batalha de sempre. Prontos a dar a vida por uma causa, tornando-se imortais. Imagino uma voz forte e convicta a dar a notícia pela célebre BBC. Imagino a esperança que aquele dia representava para a Resistência.
É esta ilusão, um misto de heroísmo e Liberdade, a chegada-em-força-para-Libertar-a-Europa-e-derrotar-o-nazismo que eu gosto de ter no pensamento.

O momento incrível, em que se começou a desenhar uma nova vida para a velha Europa.

A verdade nua e crua faz-me pensar noutras coisas. Na arbitrariedade da vida humana, que faz com que por causa de qualquer coisa alguém viva e alguém morra. Nos jovens que perderam as suas vidas, heroicamente, mas que as perderam. E até na propria imagem da guerra: nos corpos estropiados que ficaram na areia, nos membros decepados, nos campos de concentração, nas câmaras de gás, ...

No meio de tudo isto, além da homenagem, há um exercício que temos de fazer. Dar o salto, dentro de nós mesmos, e encontrar experiências individuais que nos digam que esta guerra foi necessária.


domingo, junho 06, 2004

Até no Público

De acordo com a TSF demitiu-se o Conselho de Redacção do jornal Público. Na consequência da demissão da editora do Público Ana Sá Lopes.
O que se segue é retirado integralmente do site da TSF:

Em causa está uma notícia sobre Manuela Ferreira Leite. Na abertura da Secção Nacional do «Público» estava escrito que a ministra das Finanças não tinha explicado por que não estaria isenta de coima fiscal mas, nesse mesmo dia, a ministra desmentiu a notícia através de uma nota pessoal dirigida ao director do jornal.

José Manuel Fernandes pensou em publicar a nota da ministra, tendo este trabalho sido dado pela editora da Secção Nacional, Ana Sá Lopes, ao jornalista João Ramos de Almeida.

O director propôs ser ele mesmo a escrever o artigo mas, Ana Sá Lopes considerou que isso não fazia qualquer sentido e pediu ao jornalista para tratar a informação.

A notícia foi paginada mas nunca chegou a ser publicada, porque a direcção decidiu retirar o artigo. Ana Sá Lopes demitiu-se.

José Manuel Fernandes falou com a editora e disse-lhe que tinha perdido a confiança nela e já há muito tempo que não confiava em João Ramos de Almeida. Disse ainda que a notícia não tinha sido publicada porque a ministra não queria que fosse o jornalista a tratar do assunto.

O Conselho de Redacção questiona, em comunicado, se se trata de censura, considerando que a notícia é inatacável e deveria ter sido publicada.

Outro comunicado foi, entretanto divulgado, assumindo a demissão de funções porque o director disse que não se reunia mais com aquele órgão.

A Lírica Mínima do Amor

Este poema veio de um vizinho.

Aqui ficam as palavras de quem o enviou: «É fabuloso, digo eu. Pela simplicidade, pela frescura e pelo travo a adolescência».




É raro, o Amor,
como pirilampos ou chuvas
em tectos de Verão.
É a secura última
no gosto das amoras,
é um tremente olhar
à sombra de outro olhar.

E mais insustentável
será,
um lago que se agita nas mãos,
e sabe a lume de criança.
E o Amor és tu. E tu és breve.

E há quem rumo à noite
de ti se baste e sonhe,
até à fundura da solidão.

É raro, o Amor. É
apenas esse nome teu
que em meus lábios treme
e floresce.

João de Mancelos

sexta-feira, junho 04, 2004

O QUE É O AMOR?

Esta foi a pergunta feita a um grupo de crianças de 4 a 9anos, durante uma
pesquisa feita por profissionais de educação e psicologia.
Emocione-se e divirta-se com as respostas!


"Amor é quando alguém te magoa, e tu, mesmo muito magoado, não gritas,
porque sabes que isso fere os sentimentos da outra pessoa. "Mathew, 6 anos.

"Quando minha avó ficou com artrite, e deixou de poder dobrar-se para pintar
as unhas dos pés, o meu avô passou a pintar as unhas dela, apesar de ele
também ter muita artrite."Rebecca, 8 anos.

"Amor é quando uma menina põe perfume e o menino põe loção pós-barba depois
saem juntos e se cheiram um ao outro." Karl, 5 anos.

"Eu sei que minha irmã mais velha me ama porque ela dá-me todas as roupas
velhas e tem que sair para comprar outras." Lauren, 4 anos.

"Amor é como uma velhinha e um velhinho que ainda são muito amigos, apesar
de se conhecerem há muito tempo." Tommy, 6 anos.

"Quando alguém te ama, a forma de dizer o teu nome é diferente..." Billy, 4
anos.

"Amor é quando tu sais para comer e ofereces as tuas batatinhas fritas sem
esperar que a outra pessoa te ofereça as batatinhas dela." Chrissy, 6 anos.

"Amor é quando minha mãe faz café para o meu pai e toma um gole antes, para
ter certeza que está ao gosto dele." Danny, 6 anos.

"Se queres aprender a amar melhor, deves começar com um amigo de quem não
gostas." Nikka, 6 anos.

"Quando contas a alguém alguma coisa feia sobre ti próprio, e ficas com medo
que essa pessoa por causa disso deixe de gostar de ti, ai ficas mesmo
surpreendido, quando descobres que não só te continuam amando, como ainda te
amam mais!" Samantha, 7 anos.

"Há dois tipos de amor: o nosso amor e o amor de Deus. Mas o amor de Deus
consegue juntar os dois." Jenny, 4 anos.

"Amor é quando a nossa mãe vê o nosso papai chegar suado e mal cheiroso, e
ainda diz que ele é mais bonito que o Robert Redford!" Chris, 8 anos.

Quando amas alguém, os teus olhos sobem e descem, e pequenas estrelas saem
de ti!" Karen, 7 anos.

"Amor é quando o teu cão te lambe a cara, mesmo depois de o teres deixado
sozinho o dia inteiro." Mary Ann , 4 anos.


Carlos Pontes

A minha caixa de e-mail está cheia de respostas ao meu desafio, mas podem continuar a enviar, que até ao fim do mês eu publico os textos.

O de hoje dá-nos várias visões sobre o amor. E é muito especial. É do meu blogbrother, a primeira pessoa que eu conheci nesta aventura chamada blogoesfera.

O emplastro

O jovem dirigente popular, João Almeida, é na política o equivalente ao emplastro.
O rapaz está em todas. Ele vai aos comícios. Ele está no paralamento. Ele está na Sic Notícias a comentar os desafios da juventude. Ele aparece na Caras. Ele está sempre atrás de um dirigente do Partido Paulo Portas, perdão, do Partido Popular. Quando vemos os populares a falar para uma câmara, quem é que está atrás? Quem é? Isso mesmo.
Mas, o meu interesse pela referida pessoa não é recente. Já o ano passado depois do discurso na sessão dos 29 anos da REVOLUÇÃO DE ABRIL, tinha ficado intrigada com o pateta de camisa cor-de-rosa (e eu não tenho nada contra o cor-de-rosa), que tinha ido fazer de papagaio.
Numa breve pesquisa na internet, encontrei o currículo do moço.
Ora cá vai:
João Rodrigo Pinho de Almeida
Data de Nascimento
11-09-1976
Habilitações Literárias
Frequência do 4.º do Curso de Direito
Profissão
Estudante Universitário
Cargos que desempenha
Deputado; Presidente da Juventude Popular; Membro da Comissão Política Nacional do CDS-PP; Membro do Comité Europeu da World Youth Aliance em Representação de Portugal
Cargos exercidos
Representante da European Foundation for Human Rights and Family na III UN Conference on the Least Developed Countries; Assessor de Imprensa do Grupo Parlamentar do CDS-PP; Assessor de Imagem, Imprensa e Relações Internas do Gabinete do Vereador do CDS-PP na Câmara Municipal de Lisboa; Presidente Interino e Vice-Presidente da Juventude Popular; Secretário da Distrital de Lisboa do CDS-PP; Presidente da Mesa do Núcleo de Estudantes Populares da Universidade Católica; Director da "Fúria Azul", Claque Oficial do Clube de Futebol "Os Belenenses"
Obras publicadas
"Os Militares, as Artes e as Letras - 25 Anos do 25 de Novembro", obra colectiva.


Sim eu sei que têm inveja...

Nota: Não posso acabar este post sem trancrever uma parte do Inimigo Público de hoje:

João Almeida explica as entrelinhas

«Para clarificar, o jovem PP justifica: "Eu próprio descrevo-me como um miúdo pálido de cara abolachada e cabelo à matagal, sem óculos". O jovem popular afirma que não é nada pessoal: "Eu sou assim com toda a gente".»

Weapons of mass destruction

Vi hoje no blog do meu blogbrother um post engraçado.
Resolvi fazer o que ele dizia.

Está muito engraçado!
Vão a wwwgoogle.com, digitem weapons of mass destruction, e depois selecionem o primeiro site.

Experimentem vale a pena!

Carta de Amor

Quando te vi pela primeira vez, percebi logo que eras especial e fui estimulado por um sentimento desconcertante.
Como é que eu depreendi isso?
Simplesmente, desta forma; o mundo parou naquele preciso momento e apenas eu conseguia esboçar movimentos; caminhei na tua direcção num ápice e fiquei a observar-te. Não tinha dúvidas; a beleza do teu rosto, o brilho dos teus olhos, a formosura do teu cabelo, o encanto do teu corpo, os teus lábios libidinosos…
Apenas implorava que aquele momento não acabasse, pois poderia passar o resto da minha vida ali, estático, a venerar-te, mesmo estando tudo imóvel. Queria beijar-te e dizer que te amava mais do que a vida, do que a natureza, o meu mundo seria insignificante sem ti, o teu sorriso, sim o teu sorriso, contagiante e harmonioso. Fiquei enfeitiçado por ti e percebi logo que era irreversível, não havia escapatória possível, apenas o desejo de idolatrar o momento.
O problema foi quando o mundo voltou novamente a girar e perdi-te de vista. Voltei para a vida real e à monotonia do costume.
O que fazer?
Estar apaixonado é algo que não tem explicação, apenas sabemos que estamos e pronto, nada pode mudar o que sentimos. Não é preciso esperar que a nossa imaginação tome conta do nosso pensamento, fazer projectos, levar-te até àquele lugar romântico, caminhar sobre as nuvens e beijar-te até ao pôr-do-sol. Percebi logo, naquele instante, que o meu coração tinha sido roubado por ti e a minha vida tu trocaste, dando uma enorme reviravolta.
Como posso gostar de alguém que parece ignorar-me? Como posso sentir isto por alguém que parece tão perto e tão longe do meu coração?
Não sei responder e não sei porque gosto loucamente de ti mas a magia do amor reside mesmo aí, na dor e na tristeza, na alegria e bem-estar, nas contradições existentes na minha mente, que fazem crer que me amas, ao mesmo tempo que me debruço sobre um precipício, à espera de dar o passo, caso seja rejeitado.
Não, não existe um defeito em ti, quando estamos apaixonados, apenas queremos transformar a pessoa de quem gostamos, num ser perfeito.
E agora? Vou atrás de ti? E se não sentires o mesmo que eu sinto por ti? Não quero que despedaces o meu coração, não podes arremessar a lança da dor contra mim. Apenas quero ser feliz ao teu lado, percorrer o mesmo caminho que tu, falar, amar como louco e sermos afortunados por um destino risonho, cuja esperança nos faz voltar ao ponto de partida para palmilhar o mesmo trilho, juntos, sempre, até ao fim das nossas vidas.
Afinal o que é o amor? O que é amar? O que é ser amado?
Estas respostas só dependem de ti, porque és única aos meus olhos, apenas fixo todo o meu ser em ti.
Aceitas este humilde pedido, de alguém tão loucamente apaixonado e perdido por ti? Aceitas sentir o mesmo que eu sinto? Aceitas enfrentar comigo todos os dissabores da vida, demasiado curta e frágil?
Aguardo com ansiedade a tua resposta.

Amo-te



António Marçal

Estou a ver que as aulas com o Urbano Tavares Rodrigues foram produtivas...

quinta-feira, junho 03, 2004

Tanto Mar

Sei que estás em festa, pá
Fico contente
E enquanto estou ausente
Guarda um cravo pra mim

Eu queria estar na festa, pá
Com a tua gente
E colher pessoalmente
Uma flor do teu jardim

Sei que há léguas a nos separar
Tanto mar, tanto mar
Sei também que é preciso, pá
Navegar, navegar

Lá faz primavera, pá
Cá estou doente
Manda urgentemente
Algum cheirinho de alecrim


Chico Buarque

Miopia

No quarto escuro, ele percebeu-lhe o vulto e o perfume de pêssego. Enquanto procurava os óculos, estendeu-lhe os braços e tomou-a no peito com carinho.

«- És tu Maria, meu amor?»

Não era. Era a Filipa. Isso não os impediu de terem muitos meninos.


Sérgio Pimenta




Continua em grande o meu desafio!
Mas venham mais textos.

AMOR

a munição crua que se esconde
no odor sujo dos teus braços
a fibra da tua pele que pede a minha

mais o orgão vermelho que escorre pelas paredes
anunciando dias claros, plenos de noites brancas
onde o mais insano amor se proclamou

o teu verbo multiplicado
que pede a mais pura das palavras
restos esquecidos do arrancar dos nossos corações.

religião podre ou fé dividida
entre o teu sangue e o meu
unidos na mais singela das transfusões.

2 x 1 = 2
O amor.

Catarina Medina

02/06/04

Há momentos na vida em que precisamos ouvir as melhores, as mais puras e as mais banais das palavras. Mas, que nos transmitem o melhor e mais puro dos sentimentos.

quarta-feira, junho 02, 2004

O mágico momento do recomeço

É no meio dos destroços que encontramos os outros, e até mesmo a nós próprios.
No fim da guerra apanhamos o que de nós restou. E com os outros tentamos juntar naquilo, que antes do conflito, eramos.
O incrível tumulto que se gera no confronto, faz-nos perceber o que realmente importa.
A memória, selectiva, encarregar-se-á de tomar conta das nossas lembranças.

Levantamos a cabeça. Olhamos à nossa volta. Retribuimos os abraços.

E preparamo-nos para o mágico momento do recomeço...

Carta

Não posso continuar a enganar-me, finalmente admito, sim estou apaixonado por ti, amo-te como nunca pensei vir a amar uma pessoa. Sinto-me triste porque sei que não te vou ver hoje. Parte de mim morre quando estás ausente. A tua face não me sai da mente, a tua boca que ameaça abrir para mostrar o sorriso mais lindo do mundo, os teus olhos grandes de cor viva e brilhante, tudo isso que me impede de adormecer todas as noites. Imagino onde estarás agora, o que estarás a fazer enquanto eu te dedico esta carta. O que será que pensas de mim? Ambos temos vidas atrás onde nem tudo foi um mar de rosas, já sofremos bastante. Acredito que tenhas sofrido muito mais do que eu. É por isso que te peço que me deixes amar-te e fazer-te feliz como tenho a certeza que nunca o foste anteriormente. Sei que é difícil pois só me vês como um simples amigo. Mas a vida é assim, começamos a conhecer melhor as pessoas e, quando damos por nós, sentimos aquela paixão avassaladora que nos consome aos poucos. Não escolhemos de quem gostamos.
Ultimamente temos passado muito tempo juntos e podes crer que guardo todos os momentos no meu coração, por mais simples que possam ser. És bela, já te disse mais do que uma vez mas não é só a tua beleza física que me atrai, é também o teu interior, a tua humanidade. Raparigas como tu não existem muitas. És responsável, inteligente, consegues manter uma boa conversa, és amiga, és tudo…
O que mais me custa é estar ao teu lado e saber que não te posso beijar, mostrar ao mundo o quanto me fazes bem e me completas.
Uma destas noites sonhei que estávamos abraçados no sofá em frente à lareira. Lá fora estava frio e nós, dentro de casa, bebíamos um chocolate quente ao mesmo tempo que contemplávamos as chamas da lareira. A certa altura, segredei-te ao ouvido: “Obrigado por me amares e por me deixares amar-te".
Todos os dias peço a Deus que te desperte a paixão adormecida que tens dentro de ti. Até lá o silêncio e a escuridão do meu quarto aliam-se aos meus sonhos, a única maneira de te trazer até mim. Um beijo…


Pedro Gabriel

O Pedro apanhou o meu desafio. Ainda bem!
Obrigada Pedro.

terça-feira, junho 01, 2004

LUGAR

Quando chove,
o eterno enigma
do tempo pára
E ao ver a chuva
a minha alma
pede-me para morrer
no teu colo…
A chuva bate no chão,
e as nuvens negras
trazem-me a esperança
que renascida dos teus sonhos
me leva a voar em direcção
aos teus olhos
Tu também olhas a chuva
e procuras desvendar
o mistério do tempo perdido
onde estão escondidos
os segredos do teu olhar
Páro para pensar
e entre os espaços da chuva
crio a tua imgem
Divina..
Superior…
Mas as nuvens da paixão
trazem o sol
que vai iluminar os sonhos
que a tua face me faz viver
E vou continuar a viver na ilusão
de um dia a minha miséria
passar a paixão
pois quem sou eu
para precisar de ti?
para te perguntar porquê?
para te dizer não…?
Mas preciso de te ouvir,
mesmo com a tristeza das tuas frases,
com o eco de insónias e solidões,
com o desejo que cai por entre silêncios e murmúrios
para que a tua voz fique por dentro de mim,
me embeba com a tua tristeza,
e me dê o tempo das frases que a noite corrói.


Tiago Soares

Eu fiz um desafio aos leitores e bloggers, para enviarem para o e-mail, textos/poemas sobre o amor.

O Tiago, do blog Ava Adore enviou este bonito (será suficiente para o descrever?) poema.
Começa da melhor maneira o «meu» desafio...

Revolução Ardente

Margarida e João voltam, mais de 30 anos depois, a Paris. A cidade, onde, pela primeira vez, se encontraram.
Juntos, de mãos dadas, em frente ao Café onde pela primeira vez os seus olhares se cruzaram, recordam os beijos sentidos.
A cidade Luz, essa, está diferente. Mas, nada se pode comparar ao que viveram durante o mês mais quente do fim da década de 60.
Foi no meio do campo de batalha que, lentamente se foram unindo um ao outro. A guerra que viviam, os ideais que partilhavam, o passado comum que tinham, tornaram-nos íntimimos. Como só o amor pode tornar.
João rumou a Paris no meio do calor da clandestinidade. Sim o calor. Era assim que definia os seus tempos de homem sem identidade. No meio do silêncio, havia um calor humano que tornava possível a resistência. Foi esse calor que encontrou em Margarida.
Também ela uma mulher em fuga. Em fuga de um país, que vivia mergulhado no medo e no terror.
La Participation, tornou o possível o encontro dos seus ideais. E deles próprios.
Numa altura em que as portas se abriam, e as vozes se faziam ouvir mais alto, foi com naturalidade que surgiu a primeira conversa.
Guardam na memória, o tempo onde foram genuinamente felizes. Deram-se um ao outro. Inteiramente. E souberam que seria assim, para sempre.
Outras lutas se atravessaram no caminho, feito a partir daquele dia, a dois. E foi para lutar que regrassaram à pátria, mas desta vez livre.
Juntos descobriram o país escondido, nos primeiros dias de Liberdade. Juntos participaram, como haviam aprendido em França, naquilo que queriam mudar.
Partiram de peito aberto para uma aventura. Guiados, sempre, pela mais pura das ideologias. Aspirando sempre à eterna liberdade.
Ao longo dos anos foram muitos os que passaram para o outro lado do muro. Os que deixaram de acreditar. Os que se resignaram. Os que se acomodaram. Os que desistiram de lutar.
É na tristeza, e no desepero, não admitido, que Margarida e João regressam a Paris. Ao passado. Onde vão buscar o «porquê» de continuar.
Perderam as batalhas, mas não a guerra.
Há mãos que continuam dadas.
Há beijos que continuam ardentes.
Há revoluções que continuam!

É preciso ter lata

É preciso ter lata, e da grande. Na sequência dos acontecimentos da novela com maior audiência em Portugal, o caso Casa Pia, o subdirector desse grande jornal que é o Correio da Manhã, proferiu a seguinte frase:«(...)Mas há um terceiro lado – o de quem noticia com rigor e isenção os factos que vão tecendo a actualidade. Prezado leitor, cá estaremos.»Octávio Ribeiro,
Subdirector


Penso que é óbvio para toda a gente que o CM é um jornal tendencioso. Acredito que no país iletrado que temos exista gente que se deixe embobinar pelas «tangas» do referido pasquim. É sobre a Casa Pia mas podia ser sobre outra coisa qualquer, e aí é que está o cerne da questão. É aí que deve resider a nossa (séria) preocupação.